Senado restringe voto aberto no Poder Legislativo

Os senadores aprovaram nesta terça-feira, 26, por 58 votos a quatro, a Proposta de Emenda à Constituição 43/13, que estabelece o voto aberto no Poder Legislativo. Apesar de o texto estabelecer a publicidade em todas as votações, o Senado restringiu essas possibilidades. Dois destaques foram aprovados e um rejeitado, modificado o conteúdo do texto aprovado em primeiro turno. Desta forma, ainda não ficou decidido se a PEC segue para promulgação do Congresso ou se volta a tramitar na Câmara.

A principal modificação aprovada por parte dos parlamentares era acabar com a proibição do voto secreto no Congresso. Como o texto já prevê a publicidade em processos de cassação de parlamentar, em vetos e autoridades, restam modalidades como a eleição para as mesas diretoras. No entanto, para senadores favoráveis à PEC, com a aprovação da emenda, abre-se espaço para as outras hipóteses sejam tornadas secretas caso o regimento interno de cada casa estabelecer. Também acaba com o “efeito cascata”, já que as assembleias legislativas e câmaras municipais eram obrigadas a ter a mesma postura.

Outra mudança aprovada pelos senadores em segundo turno foi acabar com a possibilidade de votações de autoridades sejam abertas. A Constituição Federal prevê o segredo atualmente nos casos de cassação de mandato, análise de autoridades e de vetos. Já a forma de votação nas eleições das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado e das comissões permanentes estão previstas nos regimentos internos.

Com essas duas modificações, Renan, após a aprovação da redação final, disse que vai conversar com as mesas diretoras da Câmara e do Senado para saber o que fazer. “Vamos propor a promulgação dos textos aprovados em primeiro e segundo turno na Câmara e no Senado”, adiantou. Ou seja, pela sugestão de Renan, seriam promulgados neste momento o fim do segredo nos processos de cassação e nos vetos presidenciais.

“Teremos uma vitória parcial. Estaremos aprovando o voto aberto pra cassação de parlamentares e de vetos presidenciais. Podemos avançar mais”, afirmou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) após a votação. “É muito importante que votemos aberto para tudo. Precisamos ouvir a voz rouca das ruas”, completou o senador João Capiberibe (PSB-AP). “Persigo essa noite histórica há 30 anos”, comentou Paulo Paim (PT-RS), autor da PEC.

O lider do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), defende apenas a abertura dos votos nos processos de cassação. Para ele, o Parlamento não pode ficar sujeito à pressão do Executivo e à “politicagem” de integrantes do Judiciário. Quando colegas tentaram abrir em plenário uma faixa que tinha “voto aberto” escrito, ele gritou: “Demagogos! Respeitem os seus colegas! Isso é só para aparecer na televisão”.

Questão de ordem

Rollemberg segurou a votação por aproximadamente duas horas com uma manobra regimental. Ele apresentou uma questão de ordem para que os destaques apresentados por Romero Jucá (PMBD-RR) não fossem analisados. Para ele, “se a PEC pretende vedar o voto secreto, qualquer emenda ou destaque em sentido contrário, ou seja, que mantenha alguma votação secreta, não pode ser admitido”.

Como as emendas haviam sido rejeitadas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Jucá apresentou um requerimento para elas serem analisadas. Uma das sugestões pedia para ser votado em separado o voto aberto em vetos presidenciais no Congresso, o outro na análise de autoridades pelo Senado. No entanto, a principal deles pedia para retirar do texto da os artigos que proíbem o voto secreto nas deliberações do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e que estende a proibição às assembleias legislativas dos Estados, à Câmara Legislativa do Distrito Federal e às câmaras municipais.

Fonte: Mario Coelho/Congresso em Foco

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Senado decide o fim do voto secreto hoje

Está prevista para esta quarta-feira, 20, no Senado, a votação final da Proposta de Emenda à Constituição do Voto Aberto, a PEC 43/2013. A emenda propõe sejam extintas as votações secretas em todas as decisões do Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais.

Na semana passada o texto foi aprovado pelos senadores em primeiro turno com 54 votos a favor, 10 contra e uma abstenção.

Veja os votos dos senadores na votação em primeiro turno aqui.

O fim do secreto parlamentar no poder legislativo das três esferas de governo, nas sessões ordinárias e extraordinárias, inclusive para cassação de mandato foi uma das propostas mais votadas, e defendidas pela ABRACCI – Associação Brasileira de Combate à Corrupção e a Impunidade – na Consocial – Conferência Nacional de Transparência e Controle Social.

A expectativa é para que na votação decisiva seja mantido o voto aberto amplo e irrestrito, não fazendo diferenciação se a matéria envolve autoridades ou temas polêmicos.

Apesar de ainda não ser consenso entre os senadores, mesmo em tempos em que a transparência é premissa exigida pela população, algumas Câmara Municipais já aderiram ao Voto Aberto. É o caso de Ribeirão Bonito, onde desde 2003 todas as votações do legislativo são abertas. De acordo com o diretor da Amarribo Brasil, Sérgio Ronco, o fato ocorreu durante a cassação de um vereador. “Foi por pura pressão popular e também pela mobilização que a Amarribo fez”, contou. Desde então o voto deixou de ser secreto para todas as matérias, com exceção ao título de cidadania.

Segundo Ronco, a transparência não tem sido um problema para os vereadores de Ribeirão Bonito. “Os vereadores não sofrem retaliação por parte do Executivo que passou a respeitar a opinião e o voto de cada parlamentar”, disse. Além de Ribeirão Bonito, outras cidades como Porto Velho (RO), Patos (PB) também adotaram o voto aberto.

O fim do voto secreto possibilitará que os eleitores saibam como votam seus candidatos. Certamente, a votação às claras poderá evitar casos como o da absolvição do deputado federal Natan Donadon pelo processo de cassação de mandato – condenado Supremo Tribunal Federal –, uma vez que os votantes estarão expostos aos olhos atentos do povo.

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Donadon e a Covardia da Câmara

No dia 28 de agosto de 2013 assistimos mais um ato vergonhoso da Câmara Federal ao decidir pela não cassação do mandato do deputado Natan Donadon. O mesmo foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a pena de 13 anos e 4 meses por crime de peculato e formação de quadrilha, pelo desvio de 8,4 milhões de reais da Assembleia Legislativa de Rondônia.

Mais uma vez os Deputados se escondem atrás do voto secreto para salvar um colega que desviou dinheiro público. Mesmo preso e afastado da sua função, pleiteia continuar representando os eleitores no Congresso, recebendo seus honorários e outros privilégios do cargo. Essa situação reforça a percepção popular de que o Congresso Nacional é um santuário para criminosos.

O voto secreto permitiu que 104 deputados que estavam presentes na Câmara se omitissem, traindo seus eleitores, pois jamais poderiam deixar de votar em sintonia com a posição de seus eleitores. O voto secreto no Congresso permite que os covardes se escondam dos seus eleitores.

A Amaribo Brasil manifesta sua indignação por essas posições absurdas do Congresso Nacional. A Proposta de Emenda Constitucional que determina o fim do voto secreto, já aprovada pela Câmara Federal, após sete anos parada, deve ser imediatamente votada, bem como deve ser instituída a perda automática do mandato ou cargo publico, para os condenados pela Justiça.

O Congresso Nacional precisa mudar imediatamente esse estado de coisas, pois do contrário corre o risco de não representar mais a sociedade brasileira o que pode trazer consequências desastrosas para a democracia. O povo brasileiro está cansado de ser enganado pelos seus líderes políticos.

Pelo fim imediato do voto secreto tanto no Senado como na Câmara Federal, e pela não permanência de criminosos condenados nessas duas casas.

AMARRIBO Brasil

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