Brasil ocupa 72º lugar no Índice de Percepção da Corrupção

País cai 1 ponto no Índice de Percepção da Corrupção 2013, mas o balanço é positivo.

O Brasil obteve 42 pontos e ficou em 72º lugar entre 177 países avaliados pelo Índice de Percepção da Corrupção (IPC) da Transparência Internacional, organização que a AMARRIBO Brasil representa no país. O resultado do Brasil foi um ponto inferior e três posições abaixo que no ano anterior. A escala de pontuação vai de 0 a 100, na qual 0 representa a percepção mais alta de corrupção e 100 a percepção mais baixa de corrupção.

Metodologicamente a queda não demonstra grandes diferenças, pois se encontra dentro da margem de erro da pesquisa. A Transparência Internacional considera significativa uma alteração de mais de quatro pontos de diferença de um ano para o outro. 

Para Antonio Chizzotti, conselheiro da AMARRIBO Brasil, o resultado da pesquisa mostra a percepção apenas em um momento definido e é importante levar em conta a historicidade do Índice para se avaliar a evolução no longo prazo. “O Brasil melhorou muito. Quem participa há mais de dez anos da luta anticorrupção é testemunha ocular dessa história. A corrupção ocorria de tal modo avassalador que grupos como a AMARRIBO, que nasceu em Ribeirão Bonito, eram vistos como idealistas discursando no deserto e querendo afrontar a fatalidade com suspiros heroicos”, diz Chizzotti.

Existem indícios claros de que a sociedade, de forma geral, está mais consciente das graves consequências da corrupção. Prova disso é o surgimento, nos últimos 10 anos, de inúmeros movimentos e organizações voltadas ao combate desse crime. “Todos sabemos quanto evoluiu a questão da corrupção, como entrou nas agendas públicas, ganhou as ruas e está na pauta política nacional. A percepção da corrupção, hoje, é muito viva em qualquer segmento da sociedade”, completa Chizzotti. Contraditoriamente, portanto, a conscientização popular acaba por prejudicar a colocação do país no IPC.

Apesar de a queda não ser significativa na avaliação de curto prazo, o Brasil ainda se mantém no grupo com menos de 50 pontos, o que demonstra que ainda há muito trabalho para ser feito. Para Leo Torresan, presidente da AMARRIBO Brasil, a sociedade tem um papel fundamental na luta anticorrupção, porém, o setor público e o setor privado devem assumir também os seus papéis.

A aprovação e implementação de leis recentes que combatem a corrupção e a impunidade, como a Lei da Ficha Limpa, a Lei de Acesso à Informação e a Lei Anticorrupção Empresarial são ferramentas importante, se devidamente aplicadas, para que o Brasil evolua ao longo dos anos. A sociedade precisa continuar a construir esforços anticorrupção.

Para Henrique Ziller, conselheiro da AMARRIBO Brasil, o momento atual do Brasil é paradoxal e nebuloso, e a sociedade tem papel fundamental. “O controle social se expande como nunca, porém, o processo eleitoral continua dominado pelo capital, por exemplo. Não nos resta outra opção senão aprofundar nosso compromisso e nossa luta contra a corrupção”, disse.

“O combate à corrupção deve ser um compromisso de todos os cidadãos e grupos organizados que almejam construir uma sociedade mais justa, ética e democrática. Em ambiente em que predomina a corrupção dificilmente prosperam projetos de desenvolvimento econômico e social”, completou Torresan.

O topo do ranking foi dividido por Dinamarca e Nova Zelândia, com 91 pontos cada. Uruguai e Chile foram os países latino-americanos mais bem avaliados, com 73 e 72 pontos, respectivamente. Porto Rico, Costa Rica e Cuba também ficaram acima do Brasil no ranking regional. A última colocação foi dividida entre Afeganistão, Coréia do Norte e Somália, com 8 pontos cada.

Saiba mais sobre os resultados do IPC 2013 aqui.

A AMARRIBO Brasil é o capítulo da Transparency International no país.

Informações para imprensa
Nicole Verillo
nicoleverillo@amarribo.org.br

Lirian Pádua
lirianpadua@amarribo.org.br
+55 14 9 9711-1866

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“Mensalinho” torna mais fácil o monitoramento de gastos parlamentares

Uma nova ferramenta de cidadania foi divulgada pelo Movimento 31 de Julho, uma organização do Rio de Janeiro que atua no monitoramento e fiscalização dos gastos públicos. O "Mensalinho" foi criado pelo analista de sistemas Eugenio Vilar, com o objetivo de ajudar o cidadão a acompanhar melhor seus representantes.

Segundo o Movimento, o site “Mensalinho” é uma ferramenta de internet fundamental para conhecer e entender os gastos que os parlamentares fazem a título de verba indenizatória. Para quem não lembra, essa verba é o dinheiro que cada deputado recebe para cobrir despesas de gabinete e de locomoção durante o mandato.

Não haveria problemas se os políticos se comportassem como estadistas e não como proprietários privados desse dinheiro, que é público. O Mensalinho é na verdade uma espécie de programa de computador que rastreia as prestações de conta de cada deputado e coloca os valores encontrados de uma forma que fica bem fácil para qualquer leigo entender e fiscalizar. E até com o CNPJ da empresa que emitiu o recibo para ficar mais fácil o nosso monitoramento.

É bom observar que esses gastos já estão todos disponíveis ao público no site da Câmara dos Deputados, mas de uma forma desorganizada e bem difícil de entender. Com o Mensalinho, fica fácil perceber onde estão os valores absurdos e os gastos suspeitos feitos pelos políticos. O site mostra também quem são os campeões de gastos em categorias como locação de veículo, contratação de segurança própria, combustíveis e outros.

O Mensalinho aponta, por exemplo, que o campeão de gastos com passagens aéreas é o polêmico deputado Marcos Feliciano. Do início do ano até agora, o pastor já gastou pouco mais de 115 mil reais em passagens. Isso equivale a 330 passagens em pouco mais de 10 meses. Ou 33 por mês. Ou 8 por semana. Um completo absurdo. Já o campeão da gastança com a verba indenizatória é o deputado Lira Maia, do Pará, com seus espetaculares gastos de 442 mil reais do início do ano até agora. Para vocês terem uma ideia, o deputado também é campeão em outro quesito: o de processos no Supremo Tribunal Federal. Segundo levantamento do site Congresso em Foco, ao final de 2011 o deputado contabilizava contra ele 14 processos: dez inquéritos e quatro ações penais, a maioria por crime de responsabilidade contra a coisa pública. Já o deputado afirma que tudo não passa de perseguição política.

O Movimento 31 de Julho divulgou uma ferramenta de informação fácil e rápida para quem quer se tornar um verdadeiro cidadão atuante e começar a fiscalização e monitoramento do que fazem os políticos com o nosso dinheiro. Acesse o Mensalinho aqui.

Entre outros projetos, Eugenio Vilar criou também o Hiperlex, sistema de consulta facilitada à legislação brasileira. Conheça aqui outros projetos do analista, segundo ele, quase todos gratuitos. 

Fonte: A Voz do Cidadão

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Brasil melhora quatro posições no ranking de combate à corrupção

No índice de percepção da corrupção em 176 países o Brasil alcançou o 69º lugar em 2012

O topo do ranking foi dividido pela Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia, com 90 pontos cada, em uma escala de 0 a 100, onde 0 representa um país muito corrupto e 100 um país muito íntegro. A avaliação é feita por especialistas.

Apesar dos últimos avanços no país, o Brasil obteve apenas 43 pontos, ficando em 69º lugar, no grupo de países com menos de 50 pontos. Chile e Uruguai, países da América Latina, ficaram a frente do Brasil dividindo a 20ª posição, com 72 pontos cada. Os dois países ainda ficaram acima da Espanha, de Portugal e da França.

Para Guilherme von Haehling, Diretor Executivo da AMARRIBO Brasil, organização de contato da Transparência Internacional no país, ainda há muito para ser feito no Brasil. “Esse avanço se deve principalmente ao trabalho que vem sendo feito pela sociedade civil no Brasil. Cada dia mais cidadãos se juntam a luta contra corrupção. Porém, o fato de estarmos em 69º lugar significa que há muito trabalho para ser feito. A luta contra a corrupção tem que ter atenção de toda a sociedade”, disse Haehling.

Para Alejandro Salas, Diretor Regional Para a América Latina, apesar da melhoria o Brasil deve ser exemplo para a América Latina e precisa de mais esforços nessa luta. “O progresso do Brasil está ligado a criação de leis que combatem a corrupção e a impunidade, como a Lei da Ficha Limpa e a Lei de Acesso à Informação. Há um bom momento para o Brasil continuar a construir esforços anticorrupção, de mãos dadas com as crescentes perspectivas econômicas”.

“Nós trabalhamos para que esse avanço do Brasil seja uma tendência e uma evolução para que o país integre os grupos dos países mais íntegros”, afirma Leo Torresan, Presidente da AMARRIBO Brasil.

Para Lizete Verillo, Diretora de Combate à Corrupção da AMARRIBO Brasil, o Brasil está melhorando. O índice bruto não permite uma análise de longo prazo pela mudança anual do número de outros países e outros fatores, porém, de acordo com Lizete, se trabalharmos com percentuais é possível evidenciar esse avanço: “Em 1995, 90% dos países medidos pelo Índice estavam a frente do Brasil, em 2012 esse percentual foi reduzido para 41%”.

Em último lugar ficaram o Afeganistão, Coreia do Norte e Somália com 8 pontos cada.

A metodologia do índice usa opiniões de analistas, empresários e investidores e varia ao longo dos anos.

Confira aqui os resultados do índice.

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