Partidos políticos são as instituições mais corruptas na opinião dos brasileiros

A maior pesquisa de opinião pública sobre corrupção em nível mundial, elaborada pela Transparency International, revela que 62% dos brasileiros consideram os partidos políticos extremamente corruptos

Os políticos devem tomar medidas para recuperar sua confiança e se aproximar da sociedade. O Barômetro Global da Corrupção 2013, a maior pesquisa de opinião pública sobre o tema, realizada pela Transparency International, demonstrou que depois dos Partidos Políticos (62%) o Congresso Nacional (51%) é a instituição mais corrupta do país, seguida pela Polícia (49%). Os dados demonstram o que há muito tempo a sociedade civil organizada vem discutindo no Brasil, uma crise de confiança na política, nos políticos e nas instituições que deveriam apurar crimes.

Para Márlon Reis, Diretor do MCCE e Conselheiro da AMARRIBO Brasil, “os partidos políticos chegaram a um nível de descrédito tão grande em virtude do abandono das sua função primordial de defesa de programas baseados no interesse social. Em lugar disso, se tornaram hoje, maioritariamente, espaço para a expressão de desejos pessoais de alcance do poder”. A iniciativa popular serve para mudar esse quadro, como a Campanha Eleições Limpas, que reconhece esse problema e pretende tornar obrigatório o debate programático. “Além disso, o projeto extingue as vantagens que hoje garantem sobrevida aos partidos de aluguel”, diz Reis.

Leo Torresan, Presidente da AMARRIBO Brasil, diz que a pesquisa só comprova a insatisfação latente da população com o nível de corrupção que foi demonstrado nas ruas.

A percepção sobre o nível de corrupção no Brasil ainda é muito alta, 48% dos brasileiros entrevistados disseram que o nível de corrupção nos últimos 2 anos aumentou muito e 7 em cada 10 brasileiros consideram a corrupção um problema extremamente sério no país.
Mais da metade dos brasileiros (56%) consideram que a política de combate à corrupção do governo não é efetiva ou é extremamente insuficiente.

Para o Ministro Jorge Hage da Controladoria Geral da União o momento é propicio para se fazer emendas constitucionais que acelerem os processos de corrupção e tornem o combate mais efetivo, reduzindo a impunidade. O Ministro elogiou o julgamento do Mensalão, e espera que o julgamento marque o início de uma postura mais dura da Corte contra a corrupção.

A pesquisa ainda mostra que 4 em cada 5 brasileiros estão convencidos de que eles mesmos podem contribuir para mudar esse quadro e se mostraram dispostos a agir para combater à corrupção. Porém, 32% dos brasileiros assumem que não denunciariam um ato de corrupção na maioria das vezes porque tem medo das consequências e porque pensam que a denuncia não irá fazer nenhuma diferença.

É importante que as pessoas se informem e saibam como participar, indo as ruas e se manifestando, mas também integrando associações e organizações que trabalham para reduzir a corrupção e exercendo o controle social em seus municípios. “É importante notar que a participação dos cidadãos reduz a corrupção e traz um melhor uso do dinheiro público. Só o fato de um prefeito saber que existem pessoas se organizando para fiscalizar a gestão pública já coloca um freio nos desejos de se apoderar do dinheiro público. Sem ação da sociedade, não há esperança contra a corrupção”, diz Fábio Oliva, Conselheiro da AMARRIBO Brasil.

Os resultados do Barômetro Global 2013 são coletados através de uma ampla pesquisa que neste ano envolveu 107 países e mais de 114.000 pessoas. No Brasil os dados foram coletados através de entrevistas feitas pessoalmente, com 1.000 brasileiros, nas 5 regiões através do IBOPE.

Acesse aqui os resultados completos: http://www.transparency.org/gcb2013

Transparency International é uma coalizão global que luta contra a corrupção no mundo. A AMARRIBO Brasil é a representante da Transparency International no Brasil.

Leia Mais...

Pagar suborno ainda é muito comum, mas os cidadãos estão dispostos a mudar isso

A maior pesquisa de opinião pública sobre corrupção em nível mundial, elaborada pela Transparency International, revela que mais de 1 a cada 4 entrevistados pagaram suborno nos últimos 12 meses

Mais de 1 em cada 2 pessoas acreditam que a corrupção se agravou nos últimos anos, segundo o Barômetro Global da Corrupção 2013, a maior pesquisa de opinião pública sobre o tema, realizada pela Transparency International. Porém, as pessoas entrevistadas também estão convencidas de que eles mesmos podem contribuir para mudar esse quadro e se mostraram dispostos a agir para combater à corrupção.

Os resultados do Barômetro 2013 foram coletados através de entrevistas feitas com mais de 114.000 pessoas em 107 países diferentes, e mostra que a corrupção é um fenômeno mundial. 27 % dos entrevistados pagaram suborno nos últimos 12 meses, o que revela que não houve melhora comparando com as pesquisas anteriores.

Porém, quase 9 de cada 10 pessoas entrevistadas declararam que estariam dispostas a agir contra a corrupção e dois terços daqueles que sofreram um pedido de suborno o negaram, o que sugere que os governos, a sociedade civil e o setor empresarial devem intensificar seus esforço para conseguir que as pessoas contribuam para vencer a corrupção.

“Os números sobre pagamentos de suborno em nível mundial continuam sendo extremamente altos, mas as pessoas acreditam que tem a capacidade de barrar a corrupção e uma proporção significativa está disposta a combater o abuso de poder, os acordos clandestinos e o suborno”, observou Huguette Labelle, Presidente de Transparency International.

O Barômetro 2013 também mostra que em muitos países as pessoas não tem confiança nas instituições encarregadas de combater a corrubção e outros delitos. Em 36 países a polícia foi apontada como o setor mais corrupto. Nesses mesmos países, a polícia havia pedido suborno para cerca de 53% dos entrevistados que haviam pagado. Em 20 países o Poder Judiciário foi percebido como o mais corrupto. Nesses países cerca de 30% das pessoas que haviam tido contato com o sistema judiciário tinham sido convidadas a pagar suborno.

“Os governos devem considerar seriamente este repudio da corrupção por parte dos cidadãos e responder com medidas concretas para reforçar a transparência e a prestação de contas”, disse Labelle. “É preciso medidas mais fortes, principalmente por parte dos governos do G20. Nos 17 países do G20 incluídos na pesquisa, 59% dos entrevistados disseram que seu governo não está agindo adequadamente para combater à corrupção”.

Os políticos também devem tomar medidas para recuperar sua confiança. O Barômetro 2013 mostra que há uma crise de confiança na política e sérias dúvidas sobre a capacidade das instituições responsáveis por apurar crimes. Em 51 países de todo o mundo se considera os partidos políticos como a instituição mais corrupta. 55% dos entrevistados acreditam que o governo somente se preocupa com interesses particulares. Os partidos políticos e os candidatos individuais devem divulgar como são financiados e garantir transparência para a sociedade.

Em todo o mundo as pessoas acreditam que as medidas tomadas pelos seus líderes para combater à corrupção são piores do que antes da crise financeira de 2008, quando 31% considerava que as ações de seus governos para combater esse fenômeno eram mais efetivas. Neste ano, essa proporção se reduziu para 22%.

“Os governos devem se assegurar de que hajam instituições sólidas, independentes e com recursos suficientes para prevenir e combater a corrupção. Quando a corrupção atinge essas instituições centrais e os serviços públicos básicos, um número enorme de pessoas sofrem as consequências”, concluiu Labelle.

Veja aqui os resultados na íntegra: http://www.transparency.org/gcb2013

Transparency International é uma coalizão global que luta contra a corrupção no mundo. A AMARRIBO Brasil é a representante da Transparency International no Brasil.

Leia Mais...