Mulheres contra a corrupção

8 de Março é o Dia Internacional da Mulher. Celebramos a coragem e a inovação das mulheres que lutam contra a corrupção em todo o mundo  – aquelas que atuam em nossa Rede e aquelas que nem conhecemos e cujo empenho, dedicação, força e tenacidade nos inspira a fazer do mundo um lugar melhor.

De acordo com a Transparência Internacional, organização que a AMARRIBO Brasil representa no país, 85% das mulheres dizem estar prontas para combater a corrupção. Com esse dado não é surpresa que encontramos mulheres no coração da mudança e da luta contra a corrupção.

Nós conversamos com algumas mulheres que atuam na luta anticorrupção em nossa Rede e em todo o mundo – sabendo mais sobre o que elas fazem e o que as inspiram. Trazem uma marca que merece ser celebrada, não só acreditam que um mundo melhor é possível como lutam todos os dias para fazê-lo possível. Nas seis entrevistadas abaixo celebramos TODAS as mulheres da Rede AMARRIBO Brasil-IFC e do mundo!

"Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida" (Fernando Brant)

Lizete Verillo – AMARRIBO Brasil

“Quem me inspira? Todas as mulheres que lutam contra a corrupção e querem dar um futuro com mais dignidade ao país. A mulher traz a coragem, ponderação, ocupa um espaço que era só masculino e tímido no combate a corrupção. Hoje nós celebramos a coragem e dignidade delas. Amanhã – e todos os outros dias – estamos lutando ao lado delas.”

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Karine Oliveira – Instituto Soma Brasil

“Que mulher me inspira? Ela se chama Joana. Tem 5 anos. E é minha inspiração permanente. Todos os dias olho pra ela sinto uma imensa motivação para seguir em frente”.

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Nyaradzo Mutonhori – Transparência Internacional Zimbabwe

“Minha Diretora Executiva, Mary-Jane Ncube, me inspira, especialmente quando ela desafia setores que são contra o nosso trabalho. Sua coragem e tenacidade são inspiradores.”

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Lisandra Carvalho – Instituto Ethos

“Todas as mulheres que já passaram pela minha vida, que de alguma forma me influenciaram, me ajudaram a me tornar o que sou. São elas que me inspiram a lutar. Faço isso pois acredito que merecemos todas viver numa sociedade mais integra, com nossos direitos respeitados e nossas necessidades atendidas.”

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Jovita Rosa – MCCE

“Minha Mãe me inspira. Que, analfabeta, que criou 14 filhos, lavava roupa pra fora para comprar livros para eu estudar, e dizia não querer para nenhuma das suas 7 filhas o mesmo destino dela..”

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Viola Atallah – AMAN Coalition Palestina

“Todas as mulheres palestinas são minha inspiração. Elas são pacientes e possuem uma coragem incrível para suportar a dor. Tantas palestinas perderam membros de sua família ou viram eles serem presos. Temos enfrentado anos de invasão. Penso no que minha mãe e minha avó passaram e é de partir o coração.”

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Este texto faz parte de uma série de entrevistas promovidas pela Transparência Internacional e pela AMARRIBO Brasil em um especial para o Dia Internacional da Mulher, cujo objetivo é demonstrar a luta de mulheres contra a corrupção em todo o mundo.

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A mulher ficha limpa

Sábado, 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher, e estamos celebrando as mulheres que lutam contra a corrupção ao redor do mundo.

Jovita José Rosa é diretora do MCCE – Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, presidente do IFC – Instituto de Fiscalização e Controle, funcionária de carreira no DENASUS – Departamento Nacional de Auditoria do SUS. 

O que motivou você a se envolver na luta contra a corrupção?

Há 21 anos trabalho com auditoria no SUS. Fiscalizando todo recurso repassado pelo Ministério da Saúde à estados e municípios. Quando concluímos um trabalho com desvios de recursos enviamos como uma Tomada de Contas Especial – TCE para o TCU que após 5, 8 anos ou mais aquele gestor não devolvia o dinheiro desviado era imputada uma multa de 2%. Com isso sentia uma sensação de desvalia e que poderíamos encher esse Brasil e fiscais, que se não mudasse algo na sociedade, de nada adiantaria meu trabalho.

Em 2004 encontrei pessoas que tinham as mesmas angústias minhas e numa discussão chegamos a conclusão que se não mobilizássemos a sociedade essa situação não mudaria. Assim, com a parceria da Amarribo, criamos o IFC – Instituto de Fiscalização e Controle e iniciamos um trabalho de conscientização um sonho utópico numa caravana “Todos contra a Corrupção” no projeto “Adote um município” e assim começou minha luta no combate a corrupção.

Em 2006 conheci o MCCE, que em plena CPI dos sanguessugas, vi como uma política pública como o SUS estava sendo utilizada para fins eleitoreiros, não tive dúvidas fui pra lá.

Em que áreas você atua? De que forma você combate a corrupção?

Hoje atuo no combate a corrupção na saúde, e promovendo o controle social em várias frentes: no controle do legislativo de Brasília no Projeto Adote um distrital,  no projeto de iniciativa popular para a reforma política, Faço palestras em escolas e faculdades, sempre levando a cidadania, o controle social e o combate a corrupção.

A corrupção afeta homens e mulheres de forma diferente no Brasil?

Na minha experiência, trabalhando na auditoria do SUS, percebo que as mulheres são menos corruptas que os homens.

Ser mulher impacta de alguma forma sua atuação na luta contra a corrupção?

Acho que não impacta, apesar de que poucas mulheres fazem esse enfrentamento da corrupção.

Qual a importância da mulher nesta luta?

Essa luta é de todos os brasileiros e como nós mulheres somos a maioria e fundamentalmente, educadoras natas, o engajamento das mulheres tem muitas condições de trazer outros para essa luta.

Por fim, qual mulher te inspira a lutar contra a corrupção?

Minha Mãe. Que, analfabeta, que criou 14 filhos, lavava roupa pra fora para comprar livros para eu estudar, e dizia não querer para nenhuma das suas 7 filhas o mesmo destino dela.

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Este texto faz parte de uma série de entrevistas promovidas pela AMARRIBO Brasil em um especial para o Dia Internacional da Mulher, cujo objetivo é demonstrar a luta de mulheres contra a corrupção em todo o mundo.

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Por uma sociedade íntegra onde os direitos são respeitados

Sábado, 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher, e estamos celebrando as mulheres que lutam contra a corrupção ao redor do mundo.

Lisandra Arantes Carvalho atua com Práticas Empresariais e Políticas Públicas no Instituto Ethos, é Coordenadora dos Comitês Locais de Controle Social para Mobilização e Monitoramento das Obras da Copa do Projeto Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estádios.

O que motivou você a se envolver na luta contra a corrupção?

Por ter formação no movimento feminista e convivido com a triste realidade sexista, acredito que estão nas politicas publicas a esperança de condições mais igualitárias na nossa sociedade. Assim, todo e qualquer ato de corrupção impacta diretamente na vida política e civil das mulheres.

Em que áreas você atua? De que forma você combate a corrupção?

Atualmente trabalho mais diretamente com os temas da integridade e transparência dos(as) gestores(as)  no que diz respeito aos investimentos públicos.

A corrupção afeta homens e mulheres de forma igual no Brasil?

Acredito que não, tendo em vista a desigualdade entre os gêneros e seus impactos diretos na vida das mulheres tais como, divisão de tarefas, dupla jornada, salários menores, responsabilidade pelo sustento e cuidado com os filhos,  as mulheres se tornam mais expostas e  vulneráveis também aos efeitos e impactos sociais da corrupção.

Ser mulher impacta de alguma forma sua atuação na luta contra a corrupção?

Sim, os espaços políticos ainda são majoritariamente masculinos e brancos.

Qual a importância da mulher nesta luta?

Tal qual em qualquer outro espaço ou luta, o equilibrio de gênero permite analises e iniciativas que melhorem atendem às realidades sociais. Outro fator importante é ter a representatividade que melhor reflita a nossa sociedade e a ocupação dos espaços políticas e de luta por um numero cada vez maior de mulheres.

Por fim, qual mulher te inspira a lutar contra a corrupção e por que?

Todas as mulheres que já passaram pela minha vida, que de alguma forma me influenciaram, me ajudaram a me tornar o que sou. São elas que me inspiram a lutar. Faço isso pois acredito que merecemos todas viver numa sociedade mais integra, com nossos direitos respeitados e nossas necessidades atendidas.

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Este texto faz parte de uma série de entrevistas promovidas pela AMARRIBO Brasil em um especial para o Dia Internacional da Mulher, cujo objetivo é demonstrar a luta de mulheres contra a corrupção em todo o mundo.

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Paraíba feminina, mulher guerreira sim senhor!

Sábado, 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher, e estamos celebrando as mulheres que lutam contra a corrupção ao redor do mundo.

Karine Oliveira é coordenadora do Instituto Soma Brasil, membro do Conselho de Transparência e Combate à Corrupção de João Pessoa, PB,  integrante das Redes ABRACCI e AMARRIBO Brasil e escreve no Blog Cidadania e Etc, no Jornal da Paraíba Online.

O que motivou você a se envolver na luta contra a corrupção?

É redundante dizer que é para a construção de uma sociedade mais justa. Mas é isso que me move. Acreditar que é possível construir outra realidade e um Brasil com tolerância zero para a corrupção.

Em que áreas você atua? De que forma você combate a corrupção?

Participo de articulações nacionais, como a ABRACCI, a Amarribo e a Rede por Cidades Justas e Sustentáveis. Na Paraíba, integro o Conselho de Transparência e Combate à Corrupção de João Pessoa e desenvolvo ações de monitoramento da transparência pública, educação para a cidadania e controle social da gestão pública.

A corrupção afeta homens e mulheres de forma diferente no Brasil?

As consequências da corrupção são geralmente mais danosas para os grupos vulneráveis ou menos favorecidos. No entanto, as mulheres afetam a corrupção de forma diferente. Um estudo recente baseado em relatórios da CGU e do Ministério do Planejamento concluiu que no serviço público as mulheres se envolvem com menos práticas ilícitas relacionadas à corrupção que os homens.

Ser mulher impacta de alguma forma sua atuação na luta contra a corrupção?

O universo do combate à corrupção ainda é predominantemente masculino. Mas eu me sinto bastante à vontade nele. Nunca me deixei intimidar pela condição de gênero.

Qual a importância da mulher nesta luta?

Como mencionei, estudos indicam que as mulheres em geral são menos suscetíveis à corrupção. Costumam ser mais sensíveis e responsáveis na gestão pública. Acho que a gente traz para estes – e outros – espaços o jogo de cintura e a habilidade nata de ser mulher, de ser mãe, de ser guerreira.

Por fim, qual mulher te inspira a lutar contra a corrupção e por que?

Ela se chama Joana. Tem 5 anos. E é minha inspiração permanente. Todos os dias olho pra ela sinto uma imensa motivação para seguir em frente.

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Este texto faz parte de uma série de entrevistas promovidas pela AMARRIBO Brasil em um especial para o Dia Internacional da Mulher, cujo objetivo é demonstrar a luta de mulheres contra a corrupção em todo o mundo.

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Liderança e inspiração para as mulheres brasileiras

Sábado, 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher, e estamos celebrando as mulheres que lutam contra a corrupção ao redor do mundo.

Lizete Verillo atua voluntariamente como Diretora de Combate à Corrupção da AMARRIBO Brasil desde 2003, é Psicóloga formada pela Universidade Paulista (UNIP), com Pós-Graduação em Administração Organizacional pela Pontífica Universidade Católica (PUC-SP) e MBA em Gestão de Negócios. Atua como Consultora Organizacional. Desde 2003 responde os e-mails de cidadãos de todo o Brasil e da Rede AMARRIBO Brasil-IFC, auxiliando e fornecendo suporte técnico para a luta contra a corrupção nos municípios brasileiros.

O que motivou você a se envolver na luta contra a corrupção?

A indignação com tanto descaso com o cidadão, pela administração publica.

Em que áreas você atua?

Na formação, atualização e desenvolvimento da rede de controle social AMARRIBO-IFC

A corrupção afeta homens e mulheres de forma diferente no Brasil?

A mulher é mais vulnerável e só vem conquistando políticas publicas há menos tempo que os homens. Por ser mais vulnerável, sofre mais os impactos que a corrupção causa. Já os homens parecem se envolver mais com atos de corrupção, até porque são também maioria na política. Na administração publica, concursados, não tenho o dado da relação homem-mulher.

Ser mulher impacta de alguma forma sua atuação na luta contra a corrupção?

Na luta contra corrupção não impacta o fato de eu ser mulher. O impacto de ser mulher é a falta de tempo para disponibilizar para mais uma luta, no caso o combate a corrupção, às outras tantas lutas, que qualquer mulher acumula: casa, comida, filhos, trabalho, amigos, lazer, saude.

Qual a importância da mulher nesta luta?

A mulher traz a coragem, ponderação, ocupa um espaço que era só masculino e tímido no combate a corrupção.

Por fim, qual mulher te inspira a lutar contra a corrupção e por que?

Todas as mulheres que sofrem os impactos da corrupção, que querem dar a seus filhos educação, saúde, moradia.

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Este texto faz parte de uma série de entrevistas promovidas pela AMARRIBO Brasil em um especial para o Dia Internacional da Mulher, cujo objetivo é demonstrar a luta de mulheres contra a corrupção em todo o mundo.

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Combate à Corrupção no Zimbábue: porque ser mulher ajuda

Sábado, 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher, e estamos celebrando as mulheres que lutam contra a corrupção ao redor do mundo! Durante a semana publicaremos entrevistas com grandes mulheres, do nosso movimento, que lutam contra a corrupção no mundo todo.

Nyaradzo Mutonhori é coordenadora do Centro de Assistência Legal Contra a Corrupção da Transparência Internacional (TI) no Zimbábue. Ela foi informada que um político poderoso de Harare estava realizando extorquindo as mulheres, que solicitavam habitação subsidiada pelo Estado,  em troca de favores sexuais. As mulheres procuraram a polícia diversas vezes mas, como o político exercia grande influência local, as queixas e denúncias foram retiradas. As mulheres então procuraram o Centro de Assistência Legal, e ai Nyaradzo entrou em cena, ajudando as mulheres a elaborarem as denúncias e declarações e acompanhando-as até a delegacia para abrirem um processo contra o tal político. Após o acompanhamento não só o assédio foi interrompido, como as mulheres conseguiram aplicar os subsídios para habitação e receber o apoio ao qual tinham direito. A partir dai, Nyaradzo sabia que ela podia desempenhar um importante papel ajudando as mulheres de seu país a combaterem a corrupção.

Como o fato de você ser mulher impacta no seu trabalho?

Ser mulher faz com que seja mais fácil eu mobilizar outras mulheres. Eu posso facilmente relatar a elas como a corrupção afeta a vida delas, a nossa vida, a vida das mulheres. Também é mais fácil ter acesso a espaços com líderes politicamente sensíveis. No Zimbábue, líderes políticos tradicionais muitas vezes são hostis às organizações da sociedade civil. Porém, quando eles são abordados por uma mulher, eles tendem a atenuar o tom e são mais receptivos porque as mulheres são consideradas menos perigosas e menos propensas a se envolverem com política. Nessa linha, entre benefícios, há também o lado que é impactado de forma negativamente. Parte da sociedade pensa que as mulheres não possuem força para enfrentar grandes poderes e desafiar a corrupção sistêmica. Preferem um advogado “macho” para enfrentar os "grandes" casos.

A corrupção afeta homens e mulheres de forma diferente no Zimbábue?

As mulheres são diretamente afetadas pela corrupção por causa de seu papel cultural e das questões de gênero. A corrupção contribui para manter a precária situação de saneamento básico que temos. As mulheres sempre se deparam com quedas de energia e falta de água limpa. São elas que cuidam dos doentes e precisam buscar fontes de água que nem sempre são limpas e transmitem mais doenças como cólera e febre tifoide. Além disso, a extorsão sexual afeta diretamente as mulheres, principalmente as mais jovens que estudam e fazem faculdade. Professores e coordenadores exigem favores sexuais em troca de nota e aprovação em disciplinas, isso é comum.

O que é preciso para as mulheres se engajarem na luta contra a corrupção?

Recursos devem ser investidos na formação da capacidade da mulher para o controle social para exigir transparência e prestação de contas dos serviços públicos que recebem. É preciso que as mulheres saibam dos seus poderes e direitos, como o direito de acesso à informação, assim formaremos lideranças responsáveis, tanto em nível local como nacional. As mulheres devem ainda serem encorajadas a participarem de grupos de advocacia e investigação contra a corrupção e darem sua contribuição. Às vezes tenho a sensação de que as mulheres não sabem o impacto que sua participação pode ter.

Tem alguma mulher que te inspira?

Minha Diretora Executiva, Mary-Jane Ncube, me inspira, especialmente quando ela desafia setores que são contra o nosso trabalho. Sua coragem e tenacidade são inspiradores. Além dela, em um nível internacional, Huguette Labelle, Presidente da Transparência Internacional, me inspira. Seu entusiasmo e sua paixão por combater a corrupção. Ela me encoraja a desenvolver uma reputação de excelência como ativista.

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Este texto faz parte de uma série de entrevistas promovidas pela Trasnparência Internacional em um especial para o Dia Internacional da Mulher, cujo objetivo é demonstrar a luta de mulheres contra a corrupção em todo o mundo.

Por: Saran Koly – Africa Communications Coordinator at Transparency International.

Tradução: AMARRIBO Brasil

 

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