Sociedade Civil e entidades de Ribeirão Bonito discutem problema das drogas na cidade

Sociedade Civil e representantes de entidades da cidade se reuniram na sede da Amarribo Brasil, na sexta(1), para discutirem um problema que vem preocupando a todos, o aumento dos dependentes químicos na cidade.

Guilherme Haehling, Diretor da Amarribo, agradeceu a presença dos presentes dizendo que o objetivo da reunião era o de discutir a situação das drogas na cidade e suas conseqüências. “Não vamos sair desta reunião com solução para o problema, o importante é nos unirmos, criando um grupo de trabalho que no futuro possa ajudar e amparar àqueles que procuram ajuda”, Disse Haehling.

De acordo com a área da saúde do município, o problema atinge a todas faixas etárias. “Não são somente os jovens, temos crianças com 8, 10 anos, jovens com 20, 25 anos e até idosos dependentes, principalmente do crack”, disse uma agente de um dos PSF.

De acordo com relatos, muitas famílias não sabem como agir com o drogado e acabam solicitando ajuda. Outras, minimizam o problema na tentativa de esconder a real situação.

Um número assustador veio de uma agente comunitária que desenvolve trabalho junto ao bairro Malvinas II. Em 56 residências da localidade, estão cadastrados 84 casos de dependentes químicos numa área residencial com 2 mil moradores.

Durante reunião foi unanimidade que a sociedade precisa se unir com rapidez e atacar o problema de frente.

De acordo com um dos presentes, o médico Carlos Antonio Mello Buzzá, Diretor Clínico da Santa Casa, a prioridade é tratar o doente e paralelamente exercer um trabalho de prevenção com palestras e atividades de conscientização contra as drogas, em ambiente escolar atingindo outras esferas , como a comunitária e empresas, o que seria de grande importância para o sucesso da ação. Carlos Antonio afirmou que na terceira vez do uso do crack o vício está instalado no indivíduo.

Para Agnaldo Albano, do Alcóolicos Anônimos, o dependente quimico necessita de muita assistência e apoio.

Maria Eliza Alboléia, Secretária da Saúde disse que os pedidos para internação de dependentes químicos são solicitados com frequencia e encaminhados, sempre que possível, para clínicas da região. Luciana Celestino, enfermeira chefe do PSF das Malvinas tem se esforçado para atender a demanda de solicitações de ajuda.

Representantes de igrejas presentes, se mostraram preocupados com o número crescente de viciados. Algumas lideranças religiosas já atuam junto à famílias onde o crack vem fazendo vítimas no dia-a-dia.

O CRAS – Centro de Referência de Assistência Social de Ribeirão Bonito tem um projeto de trabalhar na prevenção com crianças de e adolescentes de 6 a 15 anos.

A Idéia sugerida durante reunião é compor os membros do Conselho Municipal Antidrogas, já aprovado pela Câmara em reestruturação em 9.10.2009(Lei 007/200 de autoria do vereador Aparecido Galhardo – Texto original do vereador Carlito Varella), onde recebeu duas emendas. A primeira delas é que transfere para a Diretoria de Governo a responsabilidade pelo Conselho e a segunda que altera o número de participantes de 12 para 15, incluindo integrantes do Conselho Tutelar, do Legislativo e de entidades representativas da cidade.

O Conselho após formado trabalharia também no suporte de acolhimento e encaminhamento de viciados para centros especializados no tratamento de entorpecentes.

Para o 1º Tenente da PM Magalhães, comandante do 38º Batalhão em Ribeirão Bonito, a reunião foi proveitosa e pertinente, pois somente com a união de todos, o problema poderá ser resolvido.

O Presidente da OAB de Ribeirão Bonito Antonio Carlos Pasquale deverá indicar um advogado para compor o Conselho. A Primeira Dama do Município, Heloisa G. Torrezan Forte dará todo o suporte necessário para a implantação de projetos e a composição do Conselho.

Uma próxima reunião ficou agendada para o dia 15 deste mês na sede da Amarribo Brasil.

Nota: No mesmo dia em que se discutia o problema das drogas em Ribeirão Bonito, um adolescente de 16 anos foi detido pela PM na cidade, com 96 pedras de crack.

Por: Sérgio Ronco