Maquiavel nasceu na Itália, em Florença em 1469, e foi historiador e filósofo, autor de diversas obras. Foi um teórico do exercício da atividade política, com métodos que nem sempre se encaixam nos conceitos éticos de uma sociedade moderna. Mas ele é autor de pensamentos muito interessantes. Dividir para governar é uma de suas máximas.
Outra é a de que o governante quando tiver um problema interno com o povo, deve criar um problema externo, uma guerra, que tira a atenção do povo dos problemas internos, e une a população contra o inimigo externo.
No ponto mais baixo de credibilidade os militares argentinos inventaram uma guerra com a invasão das Malvinas e com isso uniram temporariamente os argentinos contra o inimigo Inglaterra. Depois deu tudo errado, já que ninguém consegue enganar todo o povo durante todo o tempo.
Napoleão e uma infinidade de reis, imperadores, governantes também usaram esse expediente de Niccolò Machiavelli. Agora os políticos brasileiros, que estão segundo um filósofo brasileiro ainda na fase pré-Maquiavel, fazem mais uma vez uso do desgastado expediente.
A possível espionagem americana é um não evento. É o que o governo brasileiro precisava para desviar a atenção da revolta popular. Mas isso virou assunto de inocentes, inescrupulosos, e oportunistas, da imprensa simpática, que estão tentando despertar o sentimento nacionalista contra o inimigo favorito. Esses políticos de araque, que não conduzem o seu país na direção da criação de riqueza e do bem estar do seu povo, mas cuidam muito bem de sí próprios e tentam usar velhos expedientes para se manter no poder.
Mais uma vez os Estados Unidos, voluntária ou involuntariamente, ajuda a classe política brasileira, ao criar um fato que distrai a atenção da população, pelo menos no curto prazo.
Felizmente ninguém consegue enganar todos durante todo o tempo. Essa distração com o caso da espionagem não melhora os transportes, a saúde, educação, e não diminui a corrupção Esperamos que os malandros sejam logo desmascarados.
Josmar Verillo, Presidente do Grupo Kyly, membro do Conselho da Amarribo Brasil, doutor em economia.