Investindo em um futuro mais brilhante

A corrupção "rouba dos cidadãos e dos governos os recursos que poderiam ser investidos em um futuro mais brilhante. Cada propina paga representa um imposto escondido, à custa de fazer negócios e impedir o crescimento econômico". Dirigindo-se à 15ª IACC, as palavras da Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, abriu a sessão plenária sobre dinheiro sujo.

"Precisamos lidar com a realidade do sistema financeiro de sombra", disse Raymond Baker, Diretor da Global Financial Integrity ao descrever a rede de paraísos fiscais, contas anônimas, lavagem de dinheiro e manipulação de preços, onde vemos 10 dólares saindo dos países em desenvolvimento para cada dólar de ajuda que entra.

No final das contas, o escritor e pesquisador Nicholas Shaxson disse: “todo dinheiro no sistema transfronteiriço daria cinco voltas da órbita do sol ao redor da terra". Com esta imagem na sala, Shaxson apresentou sua ideia: "Paraísos ficais estão no centro do sistema financeiro – eles não são um slide exótico”. Segundo Baker, grande parte da responsabilidade é das nações desenvolvidas. "É preciso que vejamos que é um problema dos países ricos recebendo o dinheiro” ele disse. Shaxson concordou: "Nós precisamos sabem em interesse de quem é a confidencialidade… estamos falando dos grandes países da OCDE".

Para aqueles que estão na linha de frente das investigações, o ambiente pode ser super perigoso, disse William Bourdon, da SHERPA, lembrando como seus amigos e colegas sofreram ameaças de morte. Um foi assassinado. Segundo ele, é a hora de um "escudo internacional para proteger uma nova geração de ativistas". As ameaças e as intimidações não devem impedir os esforços para que os criminosos respondam diante da justiça". "É preciso acabar com a imunidade para os que desestabilizam a democracia pilhando o dinheiro público", enfatizou Bourdon.

Há alguns avanços, disse Therese Lee, do Google. "Estamos no meio de uma mudança da maré anticorrupção", ela disse, mencionado o FCPA, a Lei de Suborno do Reino Unido e a ratificação da China e da Rússia da Convenção Anticorrupção como evidências. Explicando o impacto que as novas leis têm sobre o comportamento empresarial, ela pediu ao público que "se lembre que as empresas podem ser um importante agente de mudança na luta contra a corrupção". E os líderes também. O Ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, apresentou os esforços para rastrear a lavagem de dinheiro no país, por meio de mecanismos de monitoramento reforçado, treinamento anticorrupção, e maior cooperação entre as agências governamentais. Usando as palavras de Hillary Clinton, Cardozo afirmou o compromisso do governo em dar um fim à corrupção financeira. Este apoio é essencial. Como diz Raymond Baker, rastrear os fluxos ilegais de dinheiro "é uma questão de vontade política”.