Cachoeira Dourada (GO): Uma Verdadeira Aula de Cidadania

SINTEGO, educadores, funcionários públicos, pais, alunos, comerciantes e ONG Transparência Cachoeirense em Manifestação de Repúdio a liminar concedida a Robson Lima

Este é mais um dia que vai ficar para a história de Cachoeira Dourada – GO. Em um ato de desaprovação de uma liminar concedida ao ex-prefeito Robson Lima a sociedade saiu as ruas para dizer não a decisão judicial. Liderados por educadores e pela Ong Transparência Cachoeirense mais de 300 pessoas participaram de uma caminhada nas ruas da cidade com faixas e cartazes repudiando a tal liminar.

A direção do Sintego que fez a denuncia dos desvios de verbas do Fundeb esteve presente e confirmou que tanto na terça como na quarta feira haverá paralisação por parte da educação. Os motivos são diversos, dentre eles: O prefeito está cassado e ditando normas a serem cumpridas, as escolas estão sem merenda escolar, o transporte escolar parou de funcionar, as nomeações de diretoras para escolas e creches estão sendo ditadas de forma arbitrárias e sem documentação, há funcionários que ainda não receberam pelos serviços prestados na gestão Robson Lima, a cidade está um caos total.

Diante do exposto, moradores e comerciantes aderiram ao chamado dos professores e participaram da caminhada que iniciou-se na praça Paes Leme passando em frente a prefeitura e terminou no fórum da cidade de Cachoeira Dourada. Em gritos de desaprovação do governo Robson todos os manifestantes gritaram “FORA ROBSON” “FIM A CORRUPÇÃO” “EDUCAÇÃO NA RUA CASSADO A CULPA É SUA”. Foi protocolado um documento junto ao Ministério Público que repudia a decisão arbitrária da atual gestão em relação a Creche Coeds onde se pretende nomear de qualquer maneira uma diretora que não é aceita pelos funcionários da Instituição. Outros documentos estão sendo encaminhados a justiça pedindo que o problema seja resolvido já.

Em meio a manifestação tivemos a informação de que o vereador Saulo foi preso por desvios de recursos da Saúde enquanto ocupou a secretaria, foi uma manifestação geral de alegria.

Hoje, quarta feira, haverá mais uma manifestação as 9 horas da manhã saindo do mesmo local. A educação conta com a presença de todos e pede encarecidamente aos comerciantes que apóiem este manifesto, não somente como fizeram hoje aplaudindo quando passávamos pelas ruas, mas fechando o seu comércio e participando diretamente conosco.

O Sintego irá realizar quantas manifestações necessárias for para repudiar esta decisão, pois como ficou provado que houve desvios de verbas estamos apenas mostrando que a verdade está ao nosso lado e não iremos sossegar enquanto não vermos atrás das grades o chefe dessa milícia do dinheiro público.

Registro completo está no Blog da ONG, no endereço:

Acessem: http://cachoeira-dourada.blogspot.com/

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Cachoeira Dourada-GO: Vereador é preso suspeito de desviar verba e arrombar gabinete de prefeito

Saulo Oliveira (PSB) foi detido nesta terça-feira. Político ainda responde processo por dano ao patrimônio público, diz polícia.

O vereador reeleito Saulo Oliveira Rodrigues (PSB), de Cachoeira Dourada, a 244 km de Goiânia, foi preso na manhã desta terça-feira (13), quando saía de casa. De acordo com o delegado que efetuou a prisão, Ricardo Torres Chueire, contra ele havia um mandado de prisão preventiva expedido pelo Poder Judiciário. A prisão foi pedida pelo Ministério Público (MP) pelos crimes de peculato – desvio de dinheiro público – e, segundo a polícia e o MP, por arrombar o gabinete do prefeito, nas semanas que antecederam às eleições.

De acordo com o promotor de Cachoeira Dourada, Marcelo de Freitas, que fez o pedido da prisão, o vereador já foi processado criminalmente duas vezes pelo Ministério Público. “O primeiro foi quando ele exercia o cargo de secretário de Saúde. O MP entrou com vários mandados de segurança para garantir que a população recebesse medicamentos. A Justiça acatou o pedido, mas ele descumpriu a ordem judicial na época”, explicou o promotor ao G1. Ele não soube dizer quando o vereador assumiu o cargo de secretário.

No segundo processo, de acordo com Marcelo de Freitas, o MP entrou com um pedido de afastamento do político quando ele era presidente da Câmara de Vereadores. “Pedimos o afastamento dele do cargo e a proibição para se aproximar dos órgãos de saúde da prefeitura. A Justiça também acatou”, afirma.

Contudo, antes das eleições, o vereador Saulo Rodrigues se envolveu em uma confusão na cidade, quando o prefeito Robson Lima (PSB) foi afastado do cargo por decisão judicial. O afastamento aconteceu após denúncias de desvio de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e atraso no pagamento dos salários dos servidores públicos do município.

“O gabinete foi invadido e, conforme apontam as investigações, foi ele [o vereador Saulo Rodrigues] quem arrombou o gabinete. Assim, ele descumpriu a cautelar de afastamento. Com base nisto, pedimos a prisão preventiva pelo crime de peculato, por ter invadido a prefeitura e descumprimento da cautelar”, justifica o promotor Marcelo de Freitas, que expediu o pedido de prisão na última semana.

Segundo a Polícia Civil, por causa da invasão do gabinete do prefeito, o vereador Saulo Rodrigues também responde a processo pelo crime de dano ao patrimônio público. Na época, o político não foi preso porque, segundo o promotor, fugiu.

Fonte: G1

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O Governo Brasileiro e o Combate à Corrupção

“A corrupção não é um desafio a ser enfrentado por um lado, apenas; é um fenômeno multifacetado.”

Entrevista com o Ministro Jorge Hage Sobrinho, Chefe da Controladoria-Geral da União, Brasil, realizada durante a 15ª Conferência Internacional Anticorrupção.

O Governo brasileiro colocou o combate à corrupção no topo de sua agenda em 2012. Quais são as prioridades anticorrupção do País para o próximo ano?
Nós vamos continuar a colocar medidas para prevenir e combater a corrupção no topo mais alto de nossa agenda em 2013. Essa é a clara orientação que temos da Presidente Dilma Rousseff. Nós vamos manter nosso ritmo intenso e forte na promoção de transparência em todas as atividades públicas, mais e mais acesso à informação e participação cívica. Nós também vamos manter nosso compromisso com os diferentes fóruns multilaterais anticorrupção, como a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção e a Parceria para Governo Aberto, a fim de continuar refinando nossas habilidades e ferramentas para tratar, sempre de forma mais efetiva, desse desafio global.

No início deste ano o Brasil aprovou uma lei de acesso à informação. Qual a importância da legislação para o governo e quais têm sido os resultados até agora?
É um marco na consolidação de nosso processo democrático. É por isso que tem sido altamente priorizada na agenda governamental. E os resultados já têm sido muito positivos e empolgantes. Em menos de seis meses de implementação nós já recebemos quase 40 mil pedidos de acesso à informação. Desses, mais de 93% já receberam uma resposta e 85% dessas respostas foram feitas de forma positiva, o que significa que o cidadão recebeu toda a informação que ele ou ela estava buscando. A taxa de recursos está abaixo de 6%, o que significa um nível de satisfação muito alto. E graças ao sistema online para pedir informações, o tempo médio de resposta tem sido de apenas 10 dias. Por lei, o Governo poderia ter até 30 dias para responder um pedido.

Milhares de brasileiros foram às ruas em 2011 para apoiar a “tolerância zero” à corrupção. Qual função você acredita que os cidadãos podem desempenhar no combate à corrupção?
A corrupção não é um desafio a ser enfrentado por um lado, apenas; é um fenômeno multifacetado. Ele pede comprometimento de todos os setores da sociedade, incluindo o setor privado, a sociedade civil e os cidadãos em geral. Essa é a razão pela qual colocamos tanta ênfase em medidas de transparência. É porque acreditamos que os cidadãos têm que participar desse esforço, que só é possível se você conceder-lhes informação e transparência. Como tal, nós acreditamos que é muito favorável que a 15ª IACC tenha como tema central a mobilização popular.

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Hora da Ação

“Estamos criando legados para as gerações futuras que podem se tornar incontroláveis. Precisamos literalmente de uma mudança de paradigma”.

Transmitido por vídeo para o público da plenária, a mensagem de abertura do diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner, apresentou um desafio cruel durante o debate sobre a Rio+20: o mundo que estamos desenvolvendo é insustentável e é necessária uma mudança urgente.

A Rio+20 marcou “uma nova forma de lidar com os desafios do desenvolvimento sustentável”, disse Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente do Brasil. Segundo ela, colocar a igualdade e a justiça como prioridades na agenda faz com que as preocupações econômicas sejam tão importantes quanto as preocupações com o bem-estar. Kumi Naidoo, da Greenpeace International, no entanto, questionou a capacidade da Rio+20 de gerar uma mudança real. Ele alertou que o tempo de agir já está passando e os resultados “não têm especificidade ou uma urgência real”. As questões vão além de uma reunião da ONU, ele argumentou, observando que “a falha está em um sistema de governança global que não funciona para a maioria das pessoas neste planeta”. É possível observar o progresso nos rápidos desenvolvimentos da tecnologia on-line. “A tecnologia tem transformado a transparência”, disse Manish Bapna do World Resources Institute. “Basicamente, ela nos conecta às pessoas de formas radicalmente diferentes”.

O tema da capacidade da tecnologia de promover a transparência ressurgiu na plenária especial da tarde, sobre a corrupção nos esportes. As plataformas de monitoramento on-line têm ajudado os cidadãos a acompanhar os custos com a Copa do Mundo, disse o Secretário Nacional para Futebol e Direitos do Torcedor, Luis Antonio Paulino, que mostrou alguns dos esforços que estão sendo feitos para os eventos esportivos internacionais do Brasil, livres de corrupção.

Essas iniciativas são vitais para que as pessoas acreditem nos jogos, disse o professor de esportes Simon Chadwick. Desde a marcação dos jogos até o doping e o crime organizado, as alegações de corrupção no esporte são bem documentadas e ameaçam destruir o prazer que as pessoas têm com os jogos. “O esporte é uma atividade onde não sabemos o que vai acontecer”, ele disse e continuou: “essa é a beleza do esporte, é por isso que gostamos dele e é o que está sendo corrompido”.

Com os custos dos eventos esportivos chegando a vários milhões e a aposta do mercado global aumentando, o risco de corrupção é alto. “As pessoas más sempre estão onde corre muito dinheiro”, disse Stanislas Frossard do Conselho da Europa. Para lutar contra esses problemas é necessária uma cooperação efetiva entre os países e os setores. “Governos, entidades desportivas, agências e aplicação da lei – é necessário reunir tudo isso. Nós precisamos fazer com que todas essas instâncias trabalhem juntas e bem”, disse o juiz observador Drago Kos, da UEFA/FIFA. “Se faltar uma dessas peças, a coisa não vai funcionar”.

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Pessoas, Coalizões, Mudanças

“O mundo que queremos só pode ser construído com transparência”, proclamou Dilma Rousseff, presidenta do Brasil. Com o ecoar destas palavras, a 15ª IACC foi declarada oficialmente aberta.

Até onde já conseguimos chegar na luta contra a corrupção? Que progressos foram feitos? Como podemos ir mais longe ainda? Como Lori Gold do 100Reporters perguntou na plenária, nós estamos preparados para mobilizar pessoas, para levar a luta anticorrupção a um caminho sem volta?

“A corrupção é uma praga em todos os nossos lares”, disse Huguette Labelle, presidente da Transparência International, “mas juntos podemos e devemos encontrar uma cura sustentável.” “Cabe a cada um de nós nos tornarmos agentes de mudança”, disse Jorge Sanchez, presidente do Conselho Administrativo da Amarribo Brasil, ecoando o tema da conferência.

Nunca houve tantas oportunidades para pessoas comuns se engajarem na luta contra a corrupção. A capacitação das pessoas está “começando a se alastrar como o fogo e cada um de nós pode se envolver”, disse Paulo Hilder, retirando exemplos de sua experiência na Avaaz and Change.org. Da Primavera Árabe ao Verão Indiano até o Movimento de Ocupação, as pessoas ao redor do mundo, particularmente os jovens, estão exigindo mais transparência e responsabilidade em suas vidas. “Não perca esta oportunidade”, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Tawakkol Karman, exortou os participantes da IACC.

Apreensão de bens, bens roubados, crime organizado – a natureza transnacional da corrupção significa que ela não pode ser combatida somente em nível nacional. O ministro brasileiro Jorge Hage Sobrinho rotulou a corrupção como “uma das mais graves ameaças à democracia, desenvolvimento e justiça social”. Ele considerou as iniciativas internacionais, como a Parceria de Governo Aberto, fundamentais para que países aprendam e se apoiem mutuamente.

Seja a corrupção o combustível da impunidade ou a impunidade o combustível da corrupção, os palestrantes de todas as sessões enfatizaram a necessidade premente de que essa combinação destruidora seja combatida. Markus Hardtke, do Cambodian Natural Resources Protection Group, descreveu o recente assassinato do seu diretor, fato que permanece impune, e sua falta de confiança nas instituições responsáveis. Olhando à frente, a Transparência International tem como papel fazer campanha contra a impunidade, relatou o fundador da organização anticorrupção, Peter Eigen. Nas palavras do Presidente do Conselho da IACC, Barry O’Keefe, “juntos podemos conseguir, e juntos chegaremos lá.”

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Investindo em um futuro mais brilhante

A corrupção "rouba dos cidadãos e dos governos os recursos que poderiam ser investidos em um futuro mais brilhante. Cada propina paga representa um imposto escondido, à custa de fazer negócios e impedir o crescimento econômico". Dirigindo-se à 15ª IACC, as palavras da Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, abriu a sessão plenária sobre dinheiro sujo.

"Precisamos lidar com a realidade do sistema financeiro de sombra", disse Raymond Baker, Diretor da Global Financial Integrity ao descrever a rede de paraísos fiscais, contas anônimas, lavagem de dinheiro e manipulação de preços, onde vemos 10 dólares saindo dos países em desenvolvimento para cada dólar de ajuda que entra.

No final das contas, o escritor e pesquisador Nicholas Shaxson disse: “todo dinheiro no sistema transfronteiriço daria cinco voltas da órbita do sol ao redor da terra". Com esta imagem na sala, Shaxson apresentou sua ideia: "Paraísos ficais estão no centro do sistema financeiro – eles não são um slide exótico”. Segundo Baker, grande parte da responsabilidade é das nações desenvolvidas. "É preciso que vejamos que é um problema dos países ricos recebendo o dinheiro” ele disse. Shaxson concordou: "Nós precisamos sabem em interesse de quem é a confidencialidade… estamos falando dos grandes países da OCDE".

Para aqueles que estão na linha de frente das investigações, o ambiente pode ser super perigoso, disse William Bourdon, da SHERPA, lembrando como seus amigos e colegas sofreram ameaças de morte. Um foi assassinado. Segundo ele, é a hora de um "escudo internacional para proteger uma nova geração de ativistas". As ameaças e as intimidações não devem impedir os esforços para que os criminosos respondam diante da justiça". "É preciso acabar com a imunidade para os que desestabilizam a democracia pilhando o dinheiro público", enfatizou Bourdon.

Há alguns avanços, disse Therese Lee, do Google. "Estamos no meio de uma mudança da maré anticorrupção", ela disse, mencionado o FCPA, a Lei de Suborno do Reino Unido e a ratificação da China e da Rússia da Convenção Anticorrupção como evidências. Explicando o impacto que as novas leis têm sobre o comportamento empresarial, ela pediu ao público que "se lembre que as empresas podem ser um importante agente de mudança na luta contra a corrupção". E os líderes também. O Ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, apresentou os esforços para rastrear a lavagem de dinheiro no país, por meio de mecanismos de monitoramento reforçado, treinamento anticorrupção, e maior cooperação entre as agências governamentais. Usando as palavras de Hillary Clinton, Cardozo afirmou o compromisso do governo em dar um fim à corrupção financeira. Este apoio é essencial. Como diz Raymond Baker, rastrear os fluxos ilegais de dinheiro "é uma questão de vontade política”.

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Declaração de Brasília

Mais de 1900 pessoas, de 140 países, se reuniram em Brasília para discutir um dos mais urgentes temas do nosso tempo: a corrupção no mundo de hoje.

Quando a Conferencia Internacional Anticorrupção se realizou em Bangcoc, em 2010, a crise financeira mundial tornou a restauração da confiança um imperativo. Desde então, como resultado de lições aprendidas, mas não postas em prática, o mundo tem visto inúmeros exemplos de abusos da confiança depositada pela população.

A confiança continua sendo corroída. Muitos percebem isto na política, no esporte, na educação, nos negócios, nas instituições locais e globais, entretanto, a corrupção tem lhes negado voz, bem estar e justiça. Agora, mais do que nunca, temos que reunir aqueles que lutam contra a corrupção para criar esforços mais focados contra o abuso de poder.

Conectando cidadãos

As pessoas sabem que podem fazer diferença quando se juntam em número suficiente e com um objetivo determinado.

Cidadãos, atuando de forma coordenada, podem, de forma mais efetiva, desafiar governos, empresas, instituições financeiras, organizações esportivas e organismos internacionais que negligenciaram suas responsabilidades.

Enfatizando preocupações cotidianas, os esforços pela transparência e luta contra corrupção dão poder as pessoas. A luta contra a corrupção deve significar mais do que a simples aprovação de novas leis. Ela deve significar a adoção da transparência nas atividades diárias dos governos; e seu impacto deve ser sentido em todos os níveis da sociedade, estimulando os cidadãos a unir forças.

As pessoas mais vulneráveis em nossas sociedades, em geral, as mais gravemente afetadas pela corrupção, devem fazer com que seus governantes mantenham sua palavra, expondo aqueles que não cumprem suas promessas. Para tanto, essas pessoas necessitam de acesso à informação por meio de uma imprensa livre, internet sem restrições e outros mecanismos abertos para informar o público e facilitar a luta contra a corrupção.

Às comunidades devem ser dados os meios para responsabilizar líderes e instituições por suas ações entre as eleições, assim como a empresas multinacionais que lucram com operações em seus países. Devem ser desenvolvidas formas de engajar o setor privado na luta contra a corrupção.

O empoderamento da sociedade civil no monitoramento da distribuição de ajuda internacional e na extração de recursos naturais é um elemento-chave.

Mais ações devem ser adotadas para tratar dos efeitos da corrupção que atingem as gerações mais jovens e mulheres, uma vez que são aqueles desproporcionalmente afetados por ela.

Sigilo no mundo financeiro significa trilhões perdidos em países em desenvolvimento. De maneira a restaurar a confiança, a transparência e a accountability devem estar enraizadas no sistema financeiro.

No campo dos esportes, fãs, patrocinadores, jogadores e atletas necessitam ter poder sobre as instituições que comandam os esportes. Estas instituições devem ser encorajadas a liderar pelo exemplo, adotando princípios básicos de integridade.

"Não à impunidade"

Ao nos reunirmos nesta semana para discutir os assuntos que preocupam a todos nós – política, economia, desenvolvimento, esportes, mudanças climáticas e o comércio de armas -, torna-se claro que todos enfrentamos um desafio comum em nossos trabalhos: a impunidade daqueles que abusam de suas posições de poder.

Se a impunidade não for eliminada, corremos o risco de dissolver a própria estrutura da sociedade e do Estado de Direito, nossa confiança na política e nossa esperança na justiça social.

Ativistas, empresários, políticos, servidores públicos, jornalistas, acadêmicos, jovens e cidadãos reunidos aqui em Brasília para discutir a ameaça da corrupção demonstram claramente que a impunidade mina a integridade em qualquer lugar.

Precisamos dar às pessoas uma razão para acreditar que a impunidade será eliminada, seja por meio de investimentos em ações coletivas e recursos na luta contra a pobreza, contra violações de direitos humanos, mudanças climáticas ou em resgatar dívidas de países.

De maneira a avançar nesses esforços, a comunidade internacional deve promover cada vez mais o engajamento das pessoas e encontrar caminhos que garantam mais segurança a ativistas engajados na luta contra a corrupção.

A redução da impunidade também requer Judiciários independentes e bem equipados, que respondam por suas ações perante a sua sociedade.

Conclamamos os governantes de todo o mundo a adotar a transparência como uma verdadeira cultura de transparência que garanta a participação social e a responsabilização de governantes por suas ações.

Conclamamos o movimento contra a corrupção a apoiar e a proteger ativistas, denunciantes de boa-fé e jornalistas que denunciem casos de corrupção, geralmente sob grave risco.

Cabe a cada um de nós nos governos, no setor privado e na sociedade adotar a transparência, de maneira a garantir a total participação de todas as pessoas, reunindo todos em volta de uma mensagem clara: estamos monitorando todos aqueles que agem na certeza da impunidade e não deixaremos que sejam bem-sucedidos.

15ª IACC, 10 de novembro de 2012.

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AMARRIBO Brasil comemora resultados da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção (IACC)

Jorge Hage Sobrinho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), e Jorge Sanchez, presidente do Conselho de Administração da Amarribo Brasil, entidade escolhida pela Transparência Internacional para organizar, em parceria com a CGU, e apoio do Instituto Ethos, a 15ª edição da Conferência Internacional Anticorrupção (IACC), comemoraram o resultado do evento na tarde deste sábado, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF): 1,9 mil participantes, de 140 países, em quatro dias de realização.

“O Brasil, o Governo brasileiro, liderado pela Presidenta Dilma Rousseff, ficou muito honrado e feliz por ter sido o anfitrião deste grande encontro. Entretanto, devemos ter claro que este foi apenas um capítulo, uma etapa, ou, mais precisamente, uma batalha, dentro de uma guerra, pois é numa guerra que estamos todos envolvidos ao enfrentar a corrupção – e essa guerra continua”, declarou o ministro.

Hage destacou ainda a ênfase na luta contra a impunidade, que acabou por se revelar um dos destaques desta conferência. “Como procurei ressaltar na plenária específica sobre esse tema, sou defensor da tese de que, quem quer combater a impunidade, não pode acomodar-se na posição de apenas criticar ou lamentar a ausência de boas leis prevendo fortes sanções, ou as deficiências do Poder Judiciário para aplicá-las com rigor e rapidez – sejam elas decorrentes da falta de independência, da corrupção dos próprios julgadores, como ocorre em alguns países, ou, como é o caso do Brasil, dos excessos de apelos e recursos protelatórios, que resultam em enorme morosidade da Justiça”, completou.

Indicativo positivo

Jorge Sanchez, presidente do Conselho Administrativo da Amarribo Brasil, declarou que a participação de um número muito maior de pessoas – estavam previstos 1,5 mil participantes – é um indicativo de que existe um grande interesse da sociedade no tema combate à corrupção. “Observamos, nesta conferência, as boas iniciativas vindas do mundo inteiro, entre membros da sociedade civil, setores público e privado, organizações internacionais, acadêmicos e ONGs. Todos os painéis foram de alta qualidade e ricos em trocas de experiências e eles abrem novos horizontes no que diz respeito à motivação e capacitação das pessoas. Isso porque quem esteve aqui vai replicar tudo o que aprendeu e viveu”, disse. “Um evento como este, no Brasil, traz a esperança de uma maior mobilização da sociedade civil no que diz respeito à fiscalização de órgãos da administração e também do setor privado. Acreditamos numa maior participação dos vários setores da sociedade no combate à corrupção”, finalizou.

Luta contra a impunidade

A necessidade de lutar contra a impunidade foi enfatizada na sessão de encerramento da 15ª IACC, que apelou para a promoção de uma cultura de transparência, com uma sociedade participativa.

Com o tema Mobilizando Pessoas: Conectando Agentes de Mudança, a conferência explorou os cinco principais desafios globais: o fim da impunidade; governança limpa, evitando fluxos financeiros ilícitos; transições políticas levando a governos estáveis ??e transparentes; e esportes limpos.

Mais de 50 sessões abordaram novas formas de conectar cidadãos para manter os líderes de ambos os setores público e privado alertas, com especial ênfase para o uso de novas tecnologias, mídia social, bem como o apoio às novas gerações.

“Os últimos dias de debates intensos espalharam entusiasmo pelo combate à corrupção e renovou nossa determinação para acabar com a impunidade que ajuda e estimula corrupção em todos os setores de governo e de negócios”, disse Barry O´Keefe, presidente do Conselho da Conferência Internacional Anticorrupção (IACC).

Presenças marcantes

Participaram da 15ª IACC a Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff; os ministros Jorge Hage Sobrinho, da Controladoria-Geral da União (CGU); Antonio Patriota, das Relações Exteriores; Izabella Teixeira, do Meio Ambiente; e José Eduardo Martins Cardozo, da Justiça. Dentre os oradores, estiveram presentes a Prêmio Nobel da Paz Tawakkol Karman; Richard Goldstone, Baltasar Garzón e Misha Glenny, entre outros.

O Conselho da IACC expressou apreciação sincera ao Senegal e aos seus esforços para combater a corrupção e também o interesse do país em sediar a IACC no futuro. A 16ª IACC será realizada na Tunísia, em 2014 – o vice-primeiro-ministro Taoufik Mjaied participou da conferência.

15ª IACC

A 15ª IACC foi promovida pela Transparência Internacional (TI), organização não-governamental dedicada ao combate à corrupção em todo mundo, e organizada pela Amarribo Brasil (representante da TI no Brasil) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), com o apoio do Instituto Ethos. Nesta edição, que teve o Brasil como país-sede, reuniu autoridades, sociedade civil e os setores público e privado para discutir boas práticas, compartilhar experiências e traçar estratégias comuns para o desenvolvimento de medidas de prevenção e combate à corrupção.

A Conferência Internacional Anticorrupção (IACC) é realizada a cada dois anos em um país escolhido pela organização do evento e busca promover a cooperação internacional entre as organizações internacionais que atuam no combate à corrupção e cidadãos de todas as regiões do planeta. A IACC tem como objetivo apoiar, capacitar e envolver as pessoas de todos os setores e países para lutarem contra a corrupção.

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Jurista Baltazar Garzón diz que sigilo bancário em momento de crise mundial é uma vergonha

No último dia da conferência internacional de combate a corrupção, realizada em Brasília, advogado espanhol defende também a atuação dos jornalistas investigativos

Brasília, 10 de novembro de 2012 – Na plenária "O poder das pessoas, transições e corrupção: Qual é o nosso papel?", realizada no último dia da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção, em Brasília, o jurista espanhol Baltasar Garzón destacou que os paraísos fiscais são grandes entraves para o combate à corrupção. "Não podemos aceitar que, depois de dez anos estudando esse problema, a União Européia ainda não tenha tomado uma decisão". Sobre a divulgação ilegal de dados bancários de pessoas suspeitas de corrupção, o jurista espanhol declarou que "defender o sigilo bancário em um momento de crise mundial é uma vergonha".

Para Garzón, responsável pela prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, um problema que afeta todo o mundo não pode ficar restrito apenas às leis de cada país e que um acordo internacional sobre o tema é imprescindível. O jurista, que é também advogado do fundador do site Wikileaks, Julian Assange, acredita também na importância da imprensa livre para a democracia. "Devemos defender os jornalistas investigativos contra as as ameças sistemáticas que eles recebem", afirmou.

SAÚDE – Em outra palestra, realizada também no período da manhã, com o tema "Mobilização Social e Sistemas de Informação", o presidente do Conselho Administrativo da AMARRIBO BRASIL, Jorge Sanchez, relatou que o desvio de verbas públicas afeta toda a população brasileira e um dos setores mais críticos é a área da saúde. Para mudar esse cenário, é fundamental "contar com a participação efetiva dos moradores para fortalecer a democracia". Sanchez ressaltou também que os esforços estão surtindo efeito e, como exemplo, citou a implantação das recentes leis de Acesso à Informação Pública e Ficha Limpa.

Durante o debate foi apresentado o projeto inédito "Caravana da Cidadania". O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Henrique Ziller – que também preside o Instituto de Fiscalização e Controle (IFC) –, lidera o programa, cujo objetivo é identificar os problemas nos postos de saúde a partir da ajuda de moradores e de informações nos bancos de dados. A execução da auditoria é feita em dois dias, sendo que o primeiro é destinado ao treinamento sobre as normas do serviço público e, o segundo, a um levantamento dos problemas encontrados em um relatório que serve como base para cobrar a Secretaria Municipal da Saúde.

TRANSPORTE PÚBLICO – O complexo esquema de fraudes está presente também em outros países. A coordenadora da Área do Governo da Argentina e Transparência, María Rosario Pavese, destacou que a precariedade e a insegurança nos transportes públicos é um dos graves problemas que preocupa a população daquele país. Ela relatou um acidente de trem que matou neste ano 51 pessoas e atribuiu o fato ao desvio de dinheiro público.

Ao final do encontro, os palestrantes reconheceram que o assunto está mais presente no cotidiano e que um dos grandes desafios é integrar mais pessoas às ONGs que trabalham no combate à corrupção, pois a democracia só será plena quando houver a participação em massa da população para fiscalizar e denunciar as fraudes.

EVENTO – A 15ª Conferência Internacional Anticorrupção (IACC) termina hoje, sábado (10), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A IACC acontece a cada dois anos e reúne líderes, acadêmicos e ativistas do mundo todo. Este ano, o Brasil foi escolhido o país-sede da conferência.

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Pessoa Física X Corrupção Pública

Iniciativas populares espalhadas pelo País lutam para fiscalizar governos municipais, denunciar prefeitos corruptos e aproximar o debate concentrado em Brasília da população que mais necessita de ações contra os escândalos políticos.

Muitas vezes o combate à corrupção não aparece apenas nas salas dos órgãos de controle oficial, como o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União, o Tribunal de Contas ou a Polícia Federal. Aliás, é bem longe dessas salas,em cidades diminutas que muitos não sabem nem apontar no mapa, que pessoas comuns, munidas de um engajamento pouco comum, estão mudando a maneira de lidar com a corrupção–aproximando,assim, o debate concentrado em Brasília da população que mais necessita de ações contra os escândalos políticos. Veja aqui a matéria completa.

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