Rédea Curta

ONGs que trabalham pela melhoria das cidades e fazem a fiscalização do poder público municipal ganham espaço na cena política

Elas não são de muito barulho. Não disputam campanha eleitoral, nem fazem propaganda de seus atos. Boa parte de seus membros são voluntários, ou seja, não recebem pelo que fazem. Mas incomodam, porque contestam, reivindicam, propõem. Espalhadas por todo o país, constituem redes cuja principal característica é a troca de experiências e informações. Não há um núcleo de poder que toma decisões. O compartilhamento é a regra. O cenário de trabalho é o município. O objetivo é a melhoria da qualidade de vida do cidadão e a fiscalização das autoridades constituídas, também no nível municipal.

No Brasil, as organizações não governamentais (ONGs) que atuam nessa área chegam a algumas centenas. Elas estão distribuídas por várias redes. Uma rede é a da Associação dos Amigos de Ribeirão Bonito (Amarribo Brasil), uma ONG fundada em 1999, em Ribeirão Bonito, no interior de São Paulo, cujo trabalho de combate à corrupção na prefeitura deu tão certo que acabou servindo como modelo para outros municípios. Hoje, a rede da Amarribo é composta por cerca de 200 ONGs espalhadas por todo o país. Aproximadamente a metade dessas organizações estão nos estados de São Paulo e Minas Gerais. No início do mês, a Amarribo foi uma das instituições que ajudaram a realizar a 15ª Conferência Internacional Anticorrupção, em Brasília. Outra é a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, um coletivo de ONGs e movimentos sociais cujo produto mais visível é o Programa Cidades Sustentáveis, ao qual podem aderir tanto empresas como o poder público.

A Amarribo e a Rede Social Brasileira atuam em áreas diferentes, embora em algumas ocasiões façam trabalhos em parceria. O foco da Amarribo é o combate à corrupção no âmbito municipal. Já o foco da Rede Social Brasileira é o acompanhamento da execução orçamentária, também no nível municipal. Uma das ferramentas desse trabalho são os indicadores de sustentabilidade. São mais de 300 indicadores, distribuídos por 14 eixos. Da Amarribo, as ONGs parceiras recebem assessoria técnica e um guia com o passo a passo para que possam detectar e combater a corrupção no âmbito municipal. O guia apresenta vários exemplos práticos de ações que deram certo.

Duas ONGs parceiras da Amarribo que deram certo estão em Minas. Uma é a Associação dos Amigos de Januária (Asajan), que, entre 2004 e 2008, conseguiu afastar sete prefeitos do município. Todos pela mesma razão: mau uso dos recursos públicos. Outra ONG é a Associação Diamantina Viva (Adiv), que contesta o edital lançado pela prefeitura para contratar uma empresa que vai gerenciar a vesperata, principal evento cultural do município. A Adiv considera que a contratação da empresa equivale à privatização da vesperata.

O movimento Nossa Brasília faz parte da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. Entre suas prioridades de hoje está a busca de uma alternativa de renda para as famílias da Vila Estrutural, um aglomerado de barracos com ruas estreitas e sem asfalto, e carência de escolas, hospitais e saneamento básico. No local vivem 35 mil pessoas, que tiram seu sustento do lixão de Brasília. Até 2014, o lixão deve ser extinto, como prevê a lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O trabalho do Nossa Brasília visa preparar os moradores da Vila Estrutural para essa nova realidade.

Na capital mineira, o Nossa BH contabiliza vitórias. Uma delas foi o arquivamento de projeto de lei apresentado na Câmara Municipal que retirava poder deliberativo dos conselhos que existem no âmbito da prefeitura. Desses conselhos participam representantes do Executivo, Câmara e também da sociedade civil. O Conselho Municipal do Meio Ambiente do Município de Belo Horizonte (Comam) e o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte são alguns desses organismos. O Comam emite licenças para empreendimentos potencialmente poluidores se instalarem na capital. Entre as funções do Conselho do Patrimônio Cultural está a aprovação do tombamento de imóveis de importância histórica. Por pressão de movimentos como o Nossa BH, o projeto foi arquivado.

O Nossa BH é um grupo formado por aproximadamente 30 voluntários. Adriana Torres faz parte desse grupo. Ela é formada em administração e, no movimento, trabalha com o acompanhamento da execução orçamentária. A referência são os indicadores, por meio dos quais é possível ter uma visão crítica da forma como os recursos do município são aplicados. “Com esses dados, o debate fica mais qualificado. Temos condições de chegar a uma audiência pública do orçamento e questionar por que está sendo oferecido um número ‘x’ de vagas em uma escola pública se o indicador mostra que a necessidade da região é muito maior. Com os números, nós trabalhamos com muito mais do que o ‘achismo’”, explica Adriana Torres.

Ela afirma que o Nossa BH não é um movimento de oposição à administração municipal. Criticar, segundo Adriana, faz parte. Porém, mais importante do que isso é propor alternativas para a cidade e, ao mesmo tempo, fazer com que os gestores se comprometam com um programa de metas. “Nossa ideia não é ser um movimento de combate. Criticar faz parte, mas é muito mais importante propor.” Como exemplo de cidade que adotou uma gestão participativa e mudou sua face, ela cita Bogotá, capital da Colômbia. Lá, segundo Adriana, o modelo participativo deu tão certo que a própria população se propôs a pagar um adicional do correspondente ao nosso IPTU para realizar obras que não estavam previstas, mas eram necessárias. “Seria fantástico se isso ocorresse aqui também.” Na capital federal, o Nossa Brasília caminha na mesma direção do Nossa BH. Para isso, já montou um grupo de trabalho que está começando a discutir a definição dos indicadores.

A informação é a matéria-prima do trabalho de todas estas ONGs – das que esmiúçam os orçamentos municipais em busca de uma maior eficiência na aplicação dos recursos às que buscam conter a corrupção. Segundo o advogado Fábio Henrique Carvalho Oliva, um dos coordenadores da Asajan, sem a definição de métodos claros de trabalho e sistematização das informações coletadas, a entidade não teria atingido seus objetivos. Ele conta que, em 2004, recebeu de uma cabeleireira de Januária uma caixa com vários documentos que, sem sucesso, ela havia encaminhado à Polícia Federal e ao Ministério Público com denúncias de irregularidades na prefeitura.

Porém, como não havia uma sistematização desses documentos, a denúncia não foi adiante. Segundo Fábio Oliva, com a orientação recebida da Amarribo, foi possível desenvolver uma metodologia de atuação. Assim, em vez de trabalhar todas as denúncias ao mesmo tempo, foram escolhidas algumas. Para estas, foi feito o recolhimento de provas e definidos os nomes das pessoas que iriam testemunhar. Desta forma, as denúncias chegaram à Justiça e os responsáveis foram todos afastados.

Ao profissionalismo no trato com a informação qualificada, Lizete Verillo, diretora de Combate à Corrupção da Amarribo, aponta o apartidarismo como condição para o sucesso desse trabalho. Com ela concorda Fábio Oliva. Ele conta que, quando a Asajan surgiu, houve uma certa desconfiança porque se acreditava que as pessoas que estavam na direção da entidade tinham interesses políticos ou pretendiam disputar eleição mais à frente. “A gente convivia com suspeitas e dúvidas de tudo quanto era lado”, afirma Oliva. Hoje, segundo ele, essas dúvidas não existem mais porque a população se convenceu de que não havia outros interesses por trás do trabalho que não fosse o de buscar o uso correto dos recursos públicos. “Nosso papel é o da formiguinha que, todo dia, leva uma folha para seu abrigo até que todos se conscientizem da importância de uma ação conjunta”, define Francisco Emiliano Pimenta Nominato, da Adiv.

A ação da formiguinha é importante. Porém, o esforço que movimentos como a Amarribo e a Rede Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis teriam que fazer seria muito maior não fosse a entrada em vigor de duas leis que, de certa forma, mudaram bastante o cenário no qual estes movimentos trabalham.

A primeira foi a Lei da Ficha Limpa, que barra a candidatura de políticos condenados pela Justiça; a segunda é a Lei de Acesso à Informação, que inverte o conceito de informação sigilosa. Com a lei, a exceção passou a ser a regra. A partir de agora, toda informação é de livre acesso a qualquer pessoa, a não ser que exista alguma restrição prévia à sua divulgação. A esses dois instrumentos, a Amarribo acrescenta o Portal da Transparência, um endereço na internet no qual o governo federal disponibiliza para a população todos os seus gastos. “Tudo isso representou um grande avanço para a democracia”, afirma Lizete Verillo.

A história da evolução da democracia no mundo começou na Grécia antiga, com a democracia participativa, na qual todas as decisões eram tomadas por todos os cidadãos. Hoje, nas democracias do mundo moderno, predomina a democracia representativa, na qual a representação se dá por meio de seus representantes legais – no Brasil, prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores e presidente da República – eleitos a cada quatro anos. Nesse sistema ocorre também a separação de poderes preconizada pelo filósofo francês Montesquieu. Segundo sua teoria, cabe ao Poder Legislativo propor e aprovar as leis, ao Executivo a tarefa de executá-las e ao Judiciário a missão de fiscalizar o seu cumprimento e punir quem as desrespeite.

Nesse cenário, que papel estaria reservado às ONGs, que não estão no âmbito do Executivo, nem do Legislativo nem do Judiciário, mas dispõem do poder de fazer com que a realidade tome novos rumos? Para Adriana Torres, as ONGs fazem uma ponte entre os dois modelos, contribuindo para o aprimoramento da democracia representativa. “Nós fazemos uma mescla do presente com o futuro.” Segundo sua visão, o modelo da democracia participativa puro é inexequível nos dias atuais, devido, entre outras coisas, ao excesso de população e ao tamanho das cidades. Da mesma forma, ela também considera a democracia representativa um modelo imperfeito porque muitas vezes exclui grupos minoritários das decisões. Nesse contexto é que, a seu ver, aparece o trabalho das ONGs como uma instância capaz de tornar mais eficaz a atuação dos representantes eleitos pela população para elaborar as leis e governar.

“Nós chancelamos a democracia tradicional e damos a ela maior credibilidade”, afirma Adriana Torres. “Nosso lugar é o da participação qualificada e do controle social”, define Cleomar Manhas, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), uma ONG de Brasília na qual o movimento Nossa Brasília está abrigado.

Para o cientista político Antônio Flávio Testa, da Universidade de Brasília (UnB), as ONGs que fazem o acompanhamento da ação do poder público constituem um novo espaço que tende a se ampliar porque os partidos políticos estão muito fragilizados. Este, segundo ele, é um espaço que começou a ser delineado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas sobre o qual a discussão não avançou muito no governo Lula.

A grande vantagem, segundo Antônio Testa, é que muitas dessas ONGs não dependem do repasse de recursos públicos. O lado negativo dessa situação é que, por não serem cooptáveis, elas costumam ter sérios problemas de sobrevivência. Testa, que coordenou na UnB a primeira pós-graduação em política e gestão de ONGs do país, acredita que, ao longo do atual século, as ONGs constituirão um espaço de poder cada vez maior no cenário político.

Para Francisco Nominato, da Adiv, as ONGs são importantes para que o cidadão tenha uma voz mais ativa e aumente seu poder de pressão e decisão. Ele é otimista em relação ao futuro. “Grandes mudanças estão vindo com a pressão popular.” Para ele, no curto tempo de 10 a 20 anos, não haverá, no Brasil, espaço para práticas antigas de mau uso dos recursos públicos. Francisco Oliva não chega a ser tão otimista. Para ele, acabar com a corrupção no Brasil é uma utopia, porque a própria população em muitos casos também age de forma incorreta, por exemplo, quando pede ao administrador público gasolina para exercer uma atividade particular e este a fornece.

“Temos consciência de que não vamos acabar com a corrupção. Mas temos a certeza de que vamos reduzi-la muito”, afirma Fábio Oliva, que também se reporta às formiguinhas para definir o sentido do trabalho que faz. “A gente não pode parar nunca.” Ele afirma que algumas vezes fica meio desanimado, tamanho é o desafio que tem pela frente. Porém, quando alguma vitória é alcançada, é como se o tanque de combustível fosse reabastecido. “Dá um gás, renova a nossa esperança.”

Fonte: Estado de Minas Online

Leia Mais...

MCCE E Plataforma iniciam juntos as articulações para a reforma política

Reuniram-se no MCCE (OAB), a diretoria do Movimento e representantes de entidades da rede MCCE: MCCE/SP, CNBB, Inesc, Auditar, IFC, Fisenge, Criscor, Unacon, CFF, Unasus, Abramppe, Comunidade Bahá’í do Brasil, além da Secretaria Executiva do MCCE.

Na oportunidade, as entidades e o Comitê Nacional do MCCE expuseram sugestões a fim de articularem as primeiras ações que integrem as entidades e a população para o início da coleta de assinatura para o projeto da Reforma Política, mais uma lei de iniciativa popular.

Muito foi enfatizado que a necessidade de uma Reforma Política é notória e que o MCCE vem algum tempo dialogando com a Plataforma. Outra indagação foi que a Reforma Política é a próxima etapa da Ficha Limpa e que se não houver pressão da sociedade, o Congresso não votará uma Reforma Política voltada à população.

Sobre o processo de construção do projeto, foram apresentados cinco eixos: fortalecimento da democracia direta, fortalecimento da democracia participativa/deliberativa, aperfeiçoamento da democracia representativa, democratização da informação e da comunicação e democratização e transparência do Poder Judiciário com a participação de organizações e movimentos sociais, dentre eles o MCCE.

Fonte: MCCE

Leia Mais...

CGU seleciona cidadãos para participar de reunião sobre Governo Aberto

Cidadãos que participarem ativamente do Diálogo Virtual do Governo Aberto, no portal e-Democracia, poderão ser selecionados pela Controladoria-Geral da União (CGU) para participar, em janeiro de 2013, em Brasília, da etapa presencial da construção do novo Plano Brasileiro de Governo Aberto.

O resultado da reunião será a indicação de até quinze propostas da sociedade civil para que o Brasil responda a cinco desafios essenciais: melhoria da prestação de serviços públicos, aumento da integridade pública, gestão mais efetiva dos recursos públicos, criação de comunidades mais seguras e aumento da responsabilidade corporativa.

O coordenador de Fortalecimento da Gestão e Controle Social da CGU, Fábio Félix, explica que os critérios de seleção levarão em conta a contribuição nos debates virtuais. “Para fazer parte da etapa presencial, é preciso participar ativamente e contribuir nos debates virtuais. Por isso, é importante que os cidadãos interessados em participar do encontro presencial se inscrevam na comunidade do e-Democracia o mais rápido possível”, ressalta. Os selecionados terão passagens, alimentação e hospedagem custeadas pela organização do evento.

A reunião presencial contará com até dez representantes da sociedade civil que contribuirão com sugestões para o novo Plano de Ação Brasileiro na Parceria para o Governo Aberto. O Plano de Ação é um conjunto de iniciativas que o país se compromete a implementar para tornar seu governo mais transparente e participativo.

Governo Aberto e o Plano de Ação Brasileiro

A Parceria para Governo Aberto ou OGP (do inglês Open Government Partnership) visa difundir e incentivar globalmente práticas governamentais relacionadas à transparência dos governos, acesso à informação pública e participação social. Dentre as obrigações dos 58 países que participam é a apresentação de um Plano de Ação contendo compromissos concretos relacionados à transparência, participação cidadã, prestação de contas, tecnologia e inovação. Os planos de ação devem ser formulados por meio de uma ampla consulta pública.

A iniciativa é liderada internacionalmente pelo Brasil, que, representado pela CGU, foi um dos oito países fundadores da parceria e co-presidiu a iniciativa até setembro de 2012. O primeiro Plano de Ação apresentado pelo Brasil buscou fortalecer o compromisso do país com a transparência dos atos governamentais, com a prevenção e o combate à corrupção e com os ideais democráticos de participação cidadã nos processos decisórios. A partir do Balanço do seu 1º Plano de Ação para a OGP, o governo se prepara para, junto com a sociedade, formular o próximo Plano de Ação, com ampla participação de todos.

Para participar do Diálogo Virtual – OGP, é preciso se cadastrar: http://edemocracia.camara.gov.br

Diálogo virtual

Qualquer internauta também pode participar de conversas virtuais com membros do Governo e da sociedade civil para tirar dúvidas, saber mais ou compartilhar ideias de propostas. Esses bate-papos já estão se realizando

Calendário dos bate-papos agendados, sempre de 19h30 às 20h30. Os internautas também podem sugerir temas de bate-papos para os próximos dias.

• 22/11(quinta) – O que é uma proposta de compromisso consistente para o Plano de Ação Brasileiro OGP?

Fonte: CGU

Leia Mais...

Parlamentares estão isentos do IR sobre os 14º e 15º salários mas alguém vai pagar a conta

Cada salário extra dos senadores é de R$ 26,7 mil, somando uma bagatela de R$ 53,4 mil a mais por ano; dívidas de cada senador chegam a R$ 90 mil

Na última terça-feira (20), o Senado ratificou um ato proposto pela Mesa Diretora que desobriga os senadores a pagar o Imposto de Renda sobre os 14º e 15º salários recebidos ao longo de cinco anos. O ato foi aprovado às pressas, mas a Receita Federal não esqueceu de cobrar: ou seja, vai sobrar para o contribuinte.

Cada salário extra dos senadores e deputados é de R$ 26,7 mil, somando uma regalia de R$ 53,4 mil a mais por ano.

O Imposto de Renda deixou de ser pago entre os anos de 2007 e 2011, o que acarretou dívidas pessoais estratosféricas: de acordo com o levantamento de O Globo, senadores mais antigos, como Eduardo Suplicy (PT/SP), têm dívida da ordem de R$ 90 mil com o leão. A média é de R$ 64 mil, fora juros e multas. Multiplicando esse valor por 81 nos dá uma noção aproximada da monta, uma vez que o Senado não divulgou o valor que será pago à Receita com dinheiro público.

O motivo da balbúrdia é que, em agosto, a Receita Federal enviou cartas para parlamentares e ex-parlamentares fazendo a cobrança retroativa e estabelecendo um prazo de 20 dias para apresentar documentos como cópias de contracheques e comprovantes de rendimentos anuais. De acordo com José Sarney (PMDB/AP), o dinheiro era pago a título de verba indenizatória, e não remuneração, por isso não poderia incidir IR. A cobrança gerou revolta, e, na troca de acusações de culpa, a Mesa acabou sendo pressionada para resolver a situação – e adivinha quem vai pagar a conta.

O presidente do Senado, José Sarney, entendeu que a falha foi do departamento financeiro da Casa por não recolher os valores relativos ao IR. Com isso, é o Senado que deve arcar com a dívidas. Ainda não se sabe – ou não foi divulgado – se os recursos vão ser ressarcidos aos cofres públicos de alguma forma.

No primeiro semestre, o próprio Senado aprovou um projeto que acaba com os dois salários extra por ano para os parlamentares; os salários se manteriam apenas para o início e o fim de cada legislatura. O mesmo projeto encontra-se na Câmara dos Deputados, longe da pauta de votação.

Fonte: Administradores

Leia Mais...

Corrupção pode levar a China à ‘ruína’, diz Xi

Em seu primeiro discurso como secretário-geral do Partido Comunista, o novo presidente chinês reforçou alerta feito por seu antecessor, Hu Jintao

Fonte: O Estado de São Paulo

Leia Mais...

Falta transparência nas cidades-sede da Copa 2014

Nível de transparência das informações públicas nas cidades-sede da Copa 2014 é muito baixo, aponta indicador

Indicadores de Transparência Municipal, que o Instituto Ethos lançou no início deste mês, são uma ferramenta para medir a disponibilidade dos dados públicos e o funcionamento dos canais de participação da população em relação aos investimentos dos governos municipais e do governo do Distrito Federal necessários para a realização da Copa do Mundo FIFA de 2014. Os Indicadores podem ser encontrados aqui.

A apuração dos Indicadores de Transparência Municipal mostra que o quadro geral é ruim. Dez das doze cidades-sede fizeram menos de 19 pontos numa escala que varia de 0 a 100, sendo sua transparência classificada como “Muito Baixa”. Somente duas prefeituras foram avaliadas com nível “Médio” nos Índices, mesmo assim não passaram dos 50% dos pontos: Belo Horizonte e Porto Alegre fizeram, respectivamente, 48,44 e 48,87 pontos.

Tabela contendo as notas e as classificações para cada cidade

Para o vice-presidente do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, os “Indicadores mostram de maneira muito prática como está a transparência das prefeituras”. E, acrescentou, que as perguntas feitas nos indicadores podem servir “como um roteiro para desenvolver boas práticas na gestão pública”

A nota dos Índices é composta por 90 perguntas que avaliam o nível de transparência em duas dimensões: Informação e Participação. Na primeira parte, são avaliados tanto o conteúdo relevante disponibilizado ao cidadão como a qualidade dos canais de comunicação usados para difundir essas informações, tais como os portais de internet, telefones e as salas de transparência. No quesito Participação, são analisados a realização de audiências públicas e o funcionamento das ouvidorias.

Prefeitos eleitos se comprometeram com os Indicadores Municipais de Transparência
Os Indicadores de Transparência Municipal fazem parte das estratégias do projeto Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estádios, uma iniciativa do Instituto Ethos, para promoção da integridade nas relações público-privadas, da transparência dos investimentos públicos e do controle social. Durante as eleições no último mês de outubro, os candidatos a prefeito foram convidados assinar o Pacto Municipal pela Transparência, que incluía o comprometimento com o aumento dos índices de suas cidades nos Indicadores de Transparência Municipal. Todas as candidaturas eleitas são signatárias do Pacto. “Agora vamos cobrar esse compromisso e esperar que essa situação melhore”, declarou Paulo Itacarambi.

Cidade de Referência
“Se uma cidade reunisse os melhores pontos de cada uma das outras cidades, qual seria a sua avaliação? Para isso criamos essa Cidade de Referência”, explicou Itacarambi. Essa cidade fictícia teria a nota 75,02 no Índice de Transparência Municipal, e seria classificada com um Alto nível de transparência.

“Essa simulação mostra que é possível melhorar a situação nas cidades”, afirmou Itacarambi.

Gráfico com as notas das cidades-sede

Destaques dos Resultados:

Belo Horizonte: A cidade com a segunda melhor pontuação no índice apresenta suas informações em um único portal, além de contar com uma das ouvidorias mais estruturadas entre as cidades pesquisadas: recebendo pedidos específicos sobre transparência seja presencialmente, por telefone ou internet, além de fornecer protocolo e definindo tempo para resposta aos pedidos.

Porto Alegre: A capital gaúcha tem o portal de internet com melhor avaliação, garantindo acesso a maior quantidade de documentos diferentes. Porto alegre é uma das duas cidades pesquisadas, junto com Natal, que possui uma sala de transparência, prevista na Lei de Acesso à Informação. Porém, não tem uma ouvidoria geral do município e não divulgou a realização de audiências públicas para as obras relacionadas com a realização da Copa do Mundo.

Manaus: Foi a única cidade que disponibilizou todos os documentos relativos à audiência pública sobre o projeto da Copa de responsabilidade da Prefeitura. Porém, seu desempenho nas questões avaliadas no campo Informação foi ruim.

Dados disponíveis nos sites de esfera nacional: A maior parte das informações sobre os investimentos públicos para a Copa do Mundo é disponibilizada em portais de abrangência nacional, como os organizados pelo Senado e o Tribunal de Contas da União ou da Controladoria-Geral da União. Algumas prefeituras, como Cuiabá e Fortaleza, não possuem sequer uma página específica para divulgar as ações para a Copa do Mundo.

Processo de elaboração e coleta de dados
A elaboração dos Indicadores foi um processo participativo que durou quase um ano. Foram realizadas reuniões com especialistas e uma consulta pública sobre os parâmetros metodológicos. Destaca-se ainda a participação das dezenas de organizações da sociedade civil, empresas, sindicatos e associações de classe que integram os comitês do projeto Jogos Limpos, opinando da elaboração até a aplicação dos indicadores.

Mais de 80% das perguntas dos indicadores estão relacionadas ao cumprimento de três leis em vigor: Lei Nº 12.527, de novembro de 2011, chamada de Lei de Acesso à Informação Pública; Lei Complementar Nº 101 de maio de 2000, que complementa a Lei de Responsabilidade Fiscal; e a Lei Nº 8.666 de junho de 1993, a Lei de Licitações Públicas.

As prefeituras e o Governo do Distrito Federal também foram informados previamente tanto sobre o conteúdo dos indicadores como de sua aplicação. Nesse processo, algumas prefeituras já iniciaram mudanças em seus portais na internet, o que demonstra a função dos indicadores como uma referência para os gestores públicos.

O processo também foi apresentado e debatido com os gestores municipais e estaduais da Copa do Mundo que participam da Câmara de Transparência, criada pelo governo federal para debater o tema.

A coleta dos dados para os indicadores durou de maio a novembro. O início dessa etapa é marcado pelo protocolo de ofícios em todas as cidades-sede com pedidos de informação pública. Registra-se que quatro sedes não responderam aos ofícios enviados em claro desrespeito a legislação vigente. Foram elas: Brasília, Cuiabá, Fortaleza e Natal.

Fonte: Instituto Ethos

Leia Mais...

Comissão do Senado aprova disciplina cidadania moral e ética no ensino fundamental

O currículo do ensino fundamental terá a disciplina cidadania moral e ética. A decisão, em caráter terminativo, foi aprovada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. A medida também inclui no currículo do ensino médio a disciplina ética social e política.

O Projeto de Lei do Senado 2/2012 modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), incluindo a disciplina como obrigatória para o ensino fundamental. Entre as justificativas para o projeto, está a necessidade de aprimoramento da LDB, com a criação de disciplinas que deem aos estudantes melhor formação ética, social e política, o que os capacitará para o correto entendimento dos principais problemas sociais do nosso país e do mundo.

Em outra decisão do Senado, foi aprovado o parecer favorável ao projeto de lei que considera crime hediondo o desvio de verbas destinadas a programas de educação e saúde (PLS 676/2011). A matéria agora vai para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde receberá decisão terminativa.

Avanço para a Consocial e para o Governo Aberto

Criar e implantar lei que modifique a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de ética, transparência, enfrentamento da corrupção, gestão participativa das políticas públicas e voto consciente, entre outros conteúdos de cidadania, é destaque entre as 80 propostas que resultaram da 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (Consocial), realizada pela Controladoria-Geral da União no ano passado.

As propostas e diretrizes resultantes da 1ª Consocial subsidiarão a criação de um Plano Nacional sobre Transparência e Controle Social, podendo ainda constituir-se em políticas públicas, projetos de lei e passar a compor agendas de governo em âmbito municipal, estadual ou nacional. Propostas da Consocial relacionadas a transparência também estão sendo debatidas no Diálogo Virtual para Governo Aberto (Open Government Partnership – OGP), iniciativa internacional de que o Brasil faz parte, difundindo e incentivando globalmente práticas relacionadas à transparência dos governos, acesso à informação pública e participação social. O ponto de encontro é a sala de bate papo do portal e-Democracia.

Fonte: Agência Brasil

Leia Mais...

Jovens de todo o mundo participam de Encontro Anticorrupção no Brasil

Representantes de quase 50 países estiveram reunidos na última semana no 3º Fórum Global de Jovens Anticorrupção (GYAC) em Brasília (DF). O encontro antecedeu a 15ª Conferencia Internacional Anticorrupção. Os 250 ativistas compartilharam experiências, receberam treinamento, discutiram ações e criaram projetos anticorrupção divididos em seis regiões.

O Brasil foi representado por 10 ativistas de Bauru (Batra Jovem), Marília (Matra Jovem), Analândia (Amasa), Ribeirão Bonito (Amarribo Junior) e Brasília (Juventude Consciente). Com eles, cidadãos do Egito, Macedônia, Paraguai, Zimbábue, Nepal, Guatemala e outras nações participaram de capacitações com especialistas para apresentação de projetos, utilização de mídias sociais, responsabilidade social e, principalmente, como criar um modelo de negócio sustentável.

“Durante este evento os jovens terão a oportunidade de maximizar os conhecimentos. Eles levarão a chave e o desafio é não guardá-la em casa. Toda a informação adquirida deve ser compartilhada”, ressaltou Boris Weber, representante do Instituto do Banco Mundial, durante a abertura do fórum.

O coordenador regional da América Latina, o guatemalteco Emanuel Callejas, destacou a motivação de alguns jovens na batalha em prol da causa anticorrupção, quando questionados sobre o que os levam a se tornar agentes de mudança no país.

“Envolve amor, paixão e indignação. O desvio de recursos públicos me revolta. Vejo que cidadãos estão morrendo de fome ou vivendo sem dignidade. Quero fazer um mundo melhor para essas pessoas”, disse Nicole Verillo, coordenadora de desenvolvimento institucional da Amarribo Brasil (Amigos Associados de Ribeirão Bonito).

Após as oficinas, os brasileiros se uniram em um grupo com representantes do Peru, Paraguai, El Salvador, Colômbia e Guatemala para discutir quais são os principais problemas que cada país enfrenta e sugerir propostas.

O projeto dos latino-americanos será criar uma plataforma virtual para internautas dos diferentes países para compartilhar imagens que representam causas, consequências e os esforços relacionados à corrupção. O site também terá artigos e uma rede de jornalistas para tornar mais atrativas as publicações e receber queixas formais dos cidadãos, em português, espanhol e inglês.

Além da capacitação dos ativistas, o 3º Fórum Global de Jovens Anticorrupção teve um concurso musical, o “Fair Play”, criado com o objetivo de utilizar as músicas no engajamento dos jovens no combate à corrupção. As três primeiras bandas vencedoras vieram ao Brasil e se apresentaram no encerramento.

Mais de 200 canções e vídeos com mensagens anticorrupção em diferentes línguas e estilos musicais foram inscritas. O grupo egípcio da acordeonista Youssra El Hawary foi o vencedor. A banda Simponi, da Indonésia, conquistou a segunda colocação e o terceiro lugar ficou com os músicos do S3, da República do Congo.

Fonte: JCNET

Leia Mais...

Prefeitos derrotados deixam cidades mineiras em apuros

Sem obter sucesso nas urnas em outubro, prefeitos de diversas regiões do estado estão suspendendo serviços essenciais em suas cidades, punindo os eleitores que não garantiram a eles mais quatro anos de mandato. Em algumas cidades, principalmente do Norte do estado, a coleta de lixo foi interrompida, funcionários foram demitidos, incluindo médicos, servidores estão sem salário, praças abandonadas e obras foram suspensas. Nem mesmo a saúde, o combate à seca e o transporte escolar escaparam do descaso dos gestores que vão deixar os cargos. Essa é a situação dos moradores de Matozinhos e Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, e de Engenheiro Navarro, Glaucilândia, Bonito de Minas e Januária, no Norte do estado.

Em Glaucilândia, o prefeito Marcelo Ferrante Maia (PSDB), que perdeu a disputa para Geraldo de Alzira (PSB), cortou o serviço de ônibus que levava os estudantes para universidades em Montes Claros. O serviço foi interrompido logo após o resultado das urnas, denuncia a enfermeira Maria de Fátima Araújo Soares Barbosa, secretária da Associação dos Moradores de Glaucilândia (Amoglau), que assumiu o deslocamento de parte dos alunos, entre eles um de seus filhos. “Como são muitos alunos e não tem lugar para todos, alguns vão sentados no chão do carro. Eles não podem perder o semestre por causa de uma irresponsabilidade da prefeitura”, conta. Além disso, segundo ela, foram suspensos os serviços de fonoaudiologia, nutrição, fisioterapia e psicologia que eram prestados na Unidade Básica de Saúde, que também enfrenta falta de medicamentos. A manutenção das praças e jardins foi cancelada e o campo de futebol inaugurado em 2010 está completamente abandonado. A reportagem tentou falar com Ferrante, mas ele não foi localizado na prefeitura. Segundo informações da telefonista, ele estava em Belo Horizonte e não tinha como ser localizado.

Em Januária a luz da rodoviária foi cortada e o fornecimento de energia está sendo feito por um gerador instalado em cima de um caminhão, afirma Fábio Oliva, da Associação dos Amigos de Januária (ASAJAN). Segundo ele, obras foram paralisadas e servidores estão sem receber. Até a Câmara Municipal de Januária entrou no facão da prefeitura. O Legislativo não recebe os repasses obrigatórios para sua manutenção desde outubro. E a situação vai piorar, pois o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou ontem o bloqueio da conta da prefeitura para garantir a transferência dos valores devidos para a Câmara. O prefeito derrotado Maurílio Arruda (PTC) não foi localizado pela reportagem para comentar a situação. Na ação movida pela Câmara a prefeitura alega não ter feito o repasse em função do bloqueio pela Receita Federal dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) por causa de dívidas previdenciárias.

Castigada por uma das piores secas das últimas décadas, a população de Araçuaí, que disse não à reeleição do prefeito Aécio Silva Jardim (PDT), sofre agora também com o abandono das áreas sociais pela administração municipal, às vésperas do fim da gestão. O fornecimento de caminhões-pipa que garantiam água potável para 30 comunidades rurais foi suspenso, imediatamente após o domingo de eleição, de acordo com o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlindo Dourado (PP). “Foi a chuva que salvou pelo menos 2 mil famílias de agricultores que estavam entregues à própria sorte desde 7 de outubro. Há oito dias está chovendo.” Segundo Dourado, o prefeito afirma que foi obrigado a suspender o fornecimento porque deixou de receber os recursos da Defesa Civil Estadual para o pagamento dos transportadores da água. “A coincidência é que tudo aconteceu depois da eleição.” Além da falta d’água, o vereador diz que o funcionamento da policlínica municipal foi inviabilizado depois da derrota nas urnas. Durante toda a tarde de ontem, o Estado de Minas tentou falar com o prefeito, mas ninguém atendeu o telefone na sede do município.

Em Engenheiro Navarro, o lixo parou de ser recolhido, afirma o vereador Aelson da Silva (PP), que apoiou a eleição em 2008 do atual prefeito Sileno Lopes (PSD), que não conseguiu mais um mandato. “A prefeitura já avisou que este ano não tem mais coleta de lixo”. Uma funcionária da Câmara disse que o carro do Conselho Tutelar não roda mais por falta de gasolina e que a ambulância que atendia a zona rural não circula mais. Em Bonito de Minas, a prefeitura suspendeu o pagamento de funcionários da saúde e abandonou várias obras, entre elas a do Centro de Saúde. A suspensão começou no final de setembro, poucos dias antes da eleição, informa o dentista Rafael Castro Mota, servidor do município.

Fonte: Blog do Fábio Oliva

Leia Mais...

LAI completa seis meses e tem pesquisa de satisfação

Para celebrar os seis meses de vigência da Lei de Acesso à Informação (LAI), a Controladoria-Geral da União (CGU) lançou iniciativas que vão contribuir para aprimorar o processo de implementação da LAI no Brasil.

Uma das novidades é a disponibilização, no Sistema Eletrônico de Acesso à Informação da Administração Federal (e-SIC), de uma pesquisa de satisfação do cidadão com as respostas recebidas dos órgãos. A partir de agora, os cidadãos que fizerem pedidos de informação pelo e-SIC poderão, ao receber a resposta, avaliar se a informação fornecida atende suas expectativas, se a linguagem utilizada é compreensível e se o órgão foi cordial e prestativo no atendimento.

Além disso, aqueles que tiverem seus pedidos negados poderão avaliar a justificativa dada e todos os usuários do e-SIC poderão, ainda, utilizar um campo livre para fazer comentários, elogios, críticas e sugestões sobre o atendimento da LAI.

Essa pesquisa de satisfação permitirá ao Governo Federal colher dados e percepções dos cidadãos que estão utilizando a lei, para que possa seguir aprimorando a qualidade do atendimento pelos órgãos e entidades federais.

Estados e municípios

Além da pesquisa, a CGU anuncia hoje, também, a disponibilização dos códigos-fontes do e-SIC para estados e municípios interessados em adotar o mesmo padrão de sistema. Isso vem atender a uma grande demanda de vários estados e prefeituras.

O e-SIC é a ferramenta desenvolvida pela CGU, disponível na Internet (www.acessoainformacao.gov.br/sistema), que permite a qualquer cidadão, de forma fácil e ágil, solicitar informações aos órgãos, entidades e empresas públicas federais. Por meio do sistema, além de fazer o pedido, é possível acompanhar o prazo pelo número de protocolo gerado e receber a resposta da solicitação por e-mail; entrar com recursos, apresentar reclamações e consultar as respostas recebidas. O e-SIC também possibilita aos órgãos e entidades acompanhar a implementação da Lei e produzir estatísticas sobre o seu cumprimento.

Com a liberação dos códigos-fonte do e-SIC, a CGU contribui para a efetiva implementação da LAI também pelos estados e municípios. Os entes interessados precisarão apenas celebrar Termo de Cooperação com a CGU.

Balanço

Até 15 horas de hoje, dia em que se completam seis meses de vigência da LAI, os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal receberam 47.290 solicitações de informação. Desse total, 44.517, equivalente a 94,14%, já foram respondidas. De acordo a CGU, os órgãos estão levando, em média, apenas 10 dias para apresentar as repostas, embora a Lei permita até 30 dias.

Segundo a CGU apurou no Sistema, entre os pedidos já respondidos apenas 8,48% (3.774) tiveram a resposta negada. As negativas se deram por motivos como: os dados solicitados eram de natureza pessoal e, portanto, legalmente impedidos de serem fornecidos; os documentos pedidos eram sigilosos; os dados pedidos exigem tratamento; os pedidos foram genéricos ou incompreensíveis. Outros 2.742 (6,16%) não puderam ser atendidos, ou por não tratarem de matéria da competência legal do órgão demandado ou pelo fato de a informação solicitada não existir.

A Superintendência de Seguros Privados continua sendo o órgão que recebeu o maior número de solicitações de informação, 6.102 (12,90%), seguida pelo INSS, 3.525 (7,45%); pelo Banco Central, 1.896 (4,01%); pela Caixa Econômica Federal, 1.748 (3,70%); e pelo Ministério da Fazenda, 1.295 (2,74%). Veja, abaixo, a relação dos dez órgãos públicos mais demandados.

Órgão Quantidade %
Superintendência de Seguros Privados (Susep) 6.102 12,90
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) 3.525 7,45
Banco Central do Brasil (Bacen) 1.896 4,01
Caixa Econômica Federal (CEF) 1.748 3,70
Ministério da Fazenda (MF) 1.295 2,74
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) 1.180 2,50
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) 1.172 2,48
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) 1.087 2,30
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) 1.044 2,21
Ministério da Educação (MEC) 1.011 2,14

Fonte: e-SIC/CGU

Recursos

Até o momento, apenas 2.722 recursos foram interpostos à autoridade hierarquicamente superior à que negou a informação, o que representa apenas 6% do total de respostas. Segundo o Ministro-Chefe da CGU, Jorge Hage, isso mostra “um excelente grau de satisfação, 94%”.

Entre os motivos dos recursos, os mais comuns foram: informação incompleta; informação recebida não corresponde à solicitada; justificativa para o sigilo insatisfatória ou não informada; resposta não foi dada no prazo; informação recebida por meio diferente do solicitado; e ausência de justificativa legal para classificação da informação como sigilosa.

Para o Ministro Jorge Hage, “a implementação do direito de acesso na esfera do Poder Executivo Federal superou todas as expectativas e é um caso de sucesso, servindo também como resposta àqueles que sempre apostam contra a Administração Pública Brasileira e diziam que essa lei não sairia do papel; pois aí estão os resultados”, comemora.

LAI

Desde 16 de maio, qualquer pessoa pode ter acesso a documentos e informações produzidas ou custodiadas por órgãos públicos, em todos os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e níveis de governo (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), desde que essas informações não estejam classificadas como sigilosas.

Pela Lei, os dados solicitados devem ser fornecidos no prazo de vinte dias, prorrogáveis por mais dez. O requerente não precisa justificar o pedido, que pode ser feito pela Internet (www.acessoainformacao.gov.br) ou pessoalmente, no Serviço de Informações ao Cidadão (SIC) do respectivo órgão.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social CGU

Leia Mais...