VEXAME na Câmara de Dourado
O Presidente da Câmara de Dourado Braz Desajacomo parece não se importar muito com as regras legais das Leis que regem o Município. Tem se mostrado pouco interessado em seguir a Lei Orgânica e até mesmo o Regimento Interno da câmara, que tanto se diz seguidor. Ficou claro para a maioria dos que ali se encontravam, que havia uma estratégia, porém mal arquitetada, para afastar quatro vereadores de seus mandatos, a qualquer custo.
Na sessão de câmara do dia 5 de setembro última, após leitura de uma denúncia protocolada por um ex-vereador, o cidadão Sergio Valentim Guanho, suplente atual de um dos vereadores desta legislação e interessado nessa suplência, Braz anunciou em plenário o afastamento de quatro vereadores de seus mandatos para a formação de uma CP-Comissão Processante para investigar a denúncia de Guanho. O denunciante diz que quatro vereadores: Claudia Batista, Ricardo Fattore, Danilo Inocente e Evandro Carmona, cometeram Improbidade Administrativa ao apresentarem um projeto de adequação de empregos de uma empresa com sede na cidade, seria inconstitucional. Na realidade, os afastados queriam proteger os empregos de 20 funcionários da tal empresa, pois essa empresa estaria na eminência por via judicial de deixar a cidade.
O rito legal seria a apresentação ao plenário da denúncia para apreciação dos vereadores e a decisão de receber ou não a tal denúncia. Seriam necessários 5 votos para seguir com a investigação através de uma CP – Comissão Processante que seria formada. Ocorre que Braz Desajacomo, não seguiu o rito legal e imediatamente anunciou o afastamento de quatro vereadores que estavam denunciados por Guanho.
Nesse dia, o Chefe do Legislativo, disse que iria convocar os suplentes já para a próxima sessão. Depois, Braz recuou dizendo que teria que apresentar os nomes dos suplentes para o TRE – Tribunal Regional Eleitoral, para saber se não havia nenhuma pendência com os convocados. Braz sempre afirmou que tudo o que fez estava no Regimento Interno da câmara e que sempre foi orientado pala Procuradora da Câmara.
Na sessão de ontem, quarta(19), houve atraso no seu início, pois Braz ficou postado na mesa diretora, mostrando a todos que ali estavam, cerca de 100 pessoas que assistiram o começo de sua indecisão. Braz se utilizou durante toda a sessão de um celular, mostrando nitidamente que estava sendo comandado. Presume-se que deveria estar falando com advogados.
Braz na sequencia, passou a ler trechos da constituição e em seguida REVOGOU o afastamento dos quatro vereadores, em um sinal claro de que havia cometido erro grosseiro no rito realizado na sessão do dia 5 de setembro.
Para os presentes, à primeira vista, pareceu que Braz havia se retratado e que daria por encerrado o assunto do afastamento dos parlamentares.Puro engano! Para surpresa de todos, uma nova tentativa de aprovação do recebimento da denúncia estava por vir. Marcelo Alcaide, o que faltou na sessão de votação do afastamento dos vereadores, passou a ler novamente a mesma denúncia de Sergio Guanho. Ali estava nítida, a intenção do presidente e seus seguidores.
Acabada a leitura, Braz colocou em votação do plenário o recebimento da denuncia, como forma de reeditar com o rito correto o que não teria feito em sessão anterior. Quatro vereadores votaram pelo recebimento da denúncia: Osvaldo Rogante, Silvio Aparecido Bergamasco, Ayrton Bueno e Marcelo Alcaide. Quando chegou a vez dos quatro vereadores afastados, Braz foi chamando um por um , e todos os quatro se recusaram a votar pelo fato que são integrantes da denúncia, e segundo informação, o Regimento Interno da Câmara diz que os envolvidos não podem votar.
O constrangimento do Presidente Braz Desajacomo era visível, pois ele afirmava que havia empate e que queria votar para desempatar, o que na realidade não houve. Para seguir com a denúncia seriam necessários 5 votos, e naquele momento somente 4 votaram pelo recebimento. Braz insistia e cada vez mais apresentava desconforto com o que ele mesmo havia feito. Na Câmara haviam dois PMs e outros dois se juntaram aos que ali já estavam. O clima era tenso. O correto, já que não houve quórum para receber a denúncia seria o arquivamento da mesma. Porém, inexplicavelmente, mais uma vez, Braz “tirou da cartola” uma nova decisão, encerrar a sessão.
Moral da história: mais uma vez houve lambança política na Câmara de Dourado, pois em mais essa sessão constrangedora, não foi possível resolver dois assuntos de muita importância, a denúncia do vereador Sergio Valentim Guanho, e a denúncia de um morador da cidade contra o Presidente da Câmara que apareceu em uma foto não menos constrangedora.