Com 88 mortes, 2012 foi o ano em que mais morreram jornalistas em todo o mundo desde a primeira publicação anual dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em 1995, indicou a organização de Defesa da Liberdade de Imprensa com sede em Paris.
Números globais dados pelo RSF são vertiginosos: 88 jornalistas mortos (+ 33%), 879 jornalistas presos, 1.993 jornalistas agredidos ou ameaçados, 38 jornalistas sequestrados, 73 jornalistas fugiram de seu país, 6 funcionários de meios de comunicação mortos, 47 'webcidadãos' e jornalistas ativistas mortos, 144 blogueiros e 'webcidadãos' detidos, até 18 de dezembro de 2012.
A organização ressalta, no entanto, um "declínio relativo" na América do número de jornalistas mortos em atividade profissional. O número foi de 15 jornalistas.
"O número historicamente alto de jornalistas mortos em 2012 é atribuída principalmente ao conflito na Síria, o caos na Somália e a violência do Taliban no Paquistão", disse a organização.
Na América Latina, a RSF denuncia em particular a situação no México e no Brasil, que fazem parte, junto com os três países citados anteriormente, do grupo dos cinco países com maior índice de morte de jornalistas, segundo a organização.
No México, os jornalistas estão "na mira do crime organizado" e seis deles foram mortos, disse o relatório.
"A violência exponencial em seis anos ofensiva federal contra os cartéis recaí sobre jornalistas que ousam abordar questões relacionadas ao tráfico de drogas, corrupção, infiltração da máfia entre as autoridades locais e federais e violações dos direitos humanos atribuídos às mesmas autoridades ", explica.
No Brasil, onde cinco jornalistas foram mortos, "o tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai aparece claramente como a causa" das mortes, diz RSF.
Com relação à repressão e ataques contra jornalistas na América Latina, a RSF afirma que "a repressão em Cuba contra blogueiros dissidentes e jornalistas foram intensificadas novamente desde 2011" e "o Peru mantém o triste recorde de agressões anuais, que em cada edição da publicação aumenta cerca de uma centena de agressões".
Mas "os aumentos mais notáveis na agressão são registrados na Argentina, no Brasil e no México. No primeiro caso, esta situação é atribuída à crescente polarização, ao clima eleitoral tenso e violento e agitação política pré e pós eleições, um contexto de violência ainda alarmante", estima a organização.
Por fim, "a Colômbia é o único país a registar um declínio no que diz respeito à agressão. No entanto, o país continua a ser um dos mais violentos do continente para jornalistas, junto com Honduras e México ", segundo a RSF.
Fonte: AFP
Tradução Livre: AMARRIBO Brasil